Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco
Mesmo que a decisão do ministro Fernando Bezerra Coelho de transferir o domicílio eleitoral de Petrolina para o Recife tenha se originado da filiação do deputado Odacy Amorim ao PT, cresce a olhos vistos no PSB o desejo de que ele seja candidato à prefeitura da capital. Alega-se que não haverá nenhum problema se ele largar o Ministério da Integração Nacional em abril do próximo ano para assumir a candidatura porque o que tinha que ser feito lá já foi. Além disso, a pasta continuaria com o PSB.
Junte-se a isto mais dois fatores que poderão levar o ministro a assumir a candidatura.
Primeiro: um certo esgotamento com o “jeito petista” de governar que teria sido apontado por pesquisas qualitativas, agravado pela briga do prefeito João da Costa com o seu antecessor, deputado João Paulo.
Segundo: o fato de esta mesma pesquisa ter constatado que o Recife deseja eleger um prefeito que tenha identificação política com o governador Eduardo Campos, que seja tocador de obras e um bom gestor.
O ministro Fernando Bezerra atenderia a esses requisitos por uma série de razões, a saber: tem dimensão política nacional, foi três vezes prefeito de Petrolina, deputado estadual e federal, secretário de estado nos governos de Roberto Magalhães e Eduardo Campos, sendo que à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico foi diretamente responsável pela vinda de grandes empreendimentos para Pernambuco, entre os quais a Fiat. Caso ele entre mesmo no jogo, a disputa ficará animada.
Em reserva – Humberto Costa (PT) pediu um encontro a sós com o governador Eduardo Campos e ele já foi marcado para hoje. Na pauta, as turbulências na aliança, especialmente entre PT e PSB, que o senador atribui à “falta de diálogo” entre os principais líderes que a comandam.