Samuel Celestino
O Partido dos Trabalhadores está, por ora, isolado na sua posição que se tornou proposta no IV Congresso do partido. Estabelece uma estranha e autoritária forma de emascular a liberdade de imprensa, um dos princípios básicos da Constituição que alicerça o estado democrático de direito. O PT prega uma campanha popular, naturalmente embasada na popularidade de Lula, para desenvolver uma campanha em defesa da aprovação do marco regulatório das comunicações. O marco foi “fabricado” pelo então ministro de Lula, Franklin Martins, e se espraiou, com características diversificadas, para algumas unidades federativas, inclusive a Bahia. A campanha popular nos moldes que se quer é algo parecido com as campanhas do semiditador Hugo Chávez, da Venezuela, para permanecer no poder e censurar as vozes da democracia, principalmente a imprensa. A posição do PT está isolada, encapsulada no próprio partido. Os seus principais aliados nacionais não desejam embarcar na canoa da cúpula petista. Dilma Rousseff, ao assumir o poder, praticamente inviabilizou o projeto de Franklin Martins, que retornou com outra fantasia no IV Congresso do partido. O PMDB, principal aliado, nesta terça feira afastou-se da idéia, através do seu presidente, Valdir Raupp. Disse ele: “O PMDB está mais para a posição da presidente Dilma, de que a Constituição já prevê instrumentos para que Justiça corrija eventuais abusos.” Não só o PMDB tomou esta posição, como, também, o presidente do PP, através de do seu presidente, o também senador Francisco Dornelles, assim como o PSB, presidido pelo governador pernambucano, Eduardo Campos. O PDT está na mesma posição e assim deverá ser em relação às demais legendas da base aliada de Dilma, que provavelmente não arredará palha em defesa do projeto de censura do PT. Aliás, a declaração de Dornelles, do PP, vai nesta direção e até considera o que deseje o PT como uma “proposta stalinista”. Disse ele que seu partido fica distante dessa pretensão porque não admite qualquer proposta sobre controlar a mídia, o que seria uma intervenção do Estado nos direitos fundamentais do cidadão. “Sou completamente a favor da liberdade ampla, geral e irrestrita de imprensa. Não quero entrar no mérito das razões do PT para defender isso neste momento. Mas essa é uma proposta de natureza stalinista!” Assim posto, os petistas embora lambuzados pelo mel do poder, querem silenciar as vozes críticas que defendem a livre manifestação de sorte a mostrar aos cidadãos o que se passa no breu onde a corrupção impera. Vai perder mais uma. Trata-se de uma proposta com cunho ditatorial, aliás, bem ao gosto das seguidas declarações de Lula conta a mídia brasileira.