FALSÁRIOS QUERIAM ENTRAR NO “MAIS MÉDICOS”

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A Polícia Federal informou que parte dos 41 envolvidos no esquema de falsificação de diplomas usando universidades bolivianas buscava a validação da formação médica para ingressar no programa federal “Mais Médicos”.

As investigações, por meio da Operação Esculápio”, deflagrada na sexta-feira (18), em Mato Grosso e em outros 13 estados, apontam que os falsos médicos pagaram cerca de R$ 20 mil pelo certificado de conclusão do curso de um intermediário.

Segundo o delegado federal Guilherme Torres, a maior parte dos envolvidos parou de cursar Medicina, cumprindo um ou dois anos. Um deles sequer chegou a estudar, colocando em xeque o programa federal. Dois envolvidos são moradores em Cuiabá e outro, de Tangará da Serra (239 km a Noroeste da Capital).

O esquema foi descoberto em agosto passado. A partir da identificação dos envolvidos na fraude, agentes federais chegaram a monitorar o teste deles para obter a validação dos diplomas. Na etapa seguinte, procuraram os falsos médicos e explicaram o que estava ocorrendo, mas muitos nem moravam em Mato Grosso. Eles foram intimados a depor.

O delegado informou que as universidades bolivianas não estão envolvidas na fraude, uma vez que confirmaram não terem os suspeitos como alunos em seus cursos. Ele não descartou que o vendedor de certificados seja uma pessoa com ligação com as universidades. Esse vendedor ainda não foi identificado.

Pelo esquema desarticulado pela PF, eles protocolaram pedido de revalidação dos diplomas junto a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ao fazer a checagem na Bolívia, no entanto, os técnicos da UFMT descobriram que haviam 41 documentos falsos.

Em seguida, acionaram a PF. Os envolvidos serão indiciados pelo crime de uso de documento falso.

A Operação Esculápio foi deflagrada pela Polícia federal, cumprindo 41 mandados de busca e apreensão em 14 Estados. Segundo a PF, foram expedidos mandados de busca e apreensão, além de Mato Grosso, Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.

De acordo com os agentes federais, os acusados responderão pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica.

A operação recebeu esse nome em razão de que esculápio é o Deus da Medicina e da cura, na mitologia greco-romana.

ADILSON ROSA, DO MÍDIA NEWS

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