“FEMINISTA PARA MIM PODE SER HOMEM OU MULHER”

Foi-se o tempo em que a mulher se dedicava apenas aos afazeres domésticos e era submissa ao marido. Hoje elas lutam pelos seus direitos e ocupam espaços na sociedade e no mercado de trabalho, que até então eram exclusivos para os homens. Um exemplo dessa nova realidade é a petrolinense Socorro Lacerda, 41 anos, Coordenadora da União Brasileira de Mulher (UBM), militante política e, segundo ela, sem tempo até para cozinhar. Bonita e aparentando certa vaidade, Socorro é casada, mãe de um filho e não abandona a feminilidade nem nos momentos de luta. Ela defende que o Estado deva garantir políticas públicas para mulher com responsabilidade, para que essas mediadas sejam asseguradas nos orçamentos públicos. “Não existe política pública sem orçamento público, isso é brincadeirinha”, relata. Quanto à violência contra a mulher, Socorro aponta o alcoolismo como um dos fatores determinantes e defende que esse assunto deve ser tratado como questão de saúde pública.

Para deter a violência, a Coordenadora da UBM diz que o trabalho com carteira assinada é um dos principais caminhos, pois com uma renda fixa a mulher tem mais liberdade e coragem de sair dessa situação. “As mulheres precisam desses direitos para ter mais dignidade”, disse.


Filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Socorro concorreu nas últimas eleições ao cargo de vereadora. Embora não tenha sido eleita, ela se orgulha do aumento da participação feminina no cenário político do Brasil. Mas, critica a atitude de alguns partidos que colocam mulheres nas chapas apenas para cumprir a lei, que destina 30% das vagas para elas.

 

 

“Até agora nós só conseguimos cotas nas chapas, mas queremos lá nos mandatos. Quando fui candidata, não fui escolhida pelo partido porque sou mulher e sim por minha inserção no movimento. Mas, têm partidos que jogam as mulheres nas chapas só pra constar, porque tem que ter”, comenta Lacerda.

 

Consciente da sua luta em defesa da mulher, Socorro diz que qualquer pessoa pode aderir à luta feminina, inclusive os homens. E manda um recado para eles: “eu acho um charme homem feminista”, provoca.

 

texto e foto: Emerson Rocha

 

 

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