MORRE CABOCLINHO, COM ELE SE VAI O ENCANTO E A MARAVILHA DO FUTEBOL ARTE

 


*Tony Martins

Faleceu nesta quinta feira, 19/01/2012 Bartolomeu de Brito Monteiro, simplesmente Caboclinho, aos 79 anos de idade dos quais, a grande maioria dedicado ao futebol.

Sem exagero Caboclinho, se comparado aos dias de hoje, certamente, não teria ninguém no futebol brasileiro que reuniria as diversas habilidades que caracterizam um craque de bola. Sutileza no domínio, precisão no passe e a combinação de ousadia e categoria para driblar seus adversários e fazer um gol. Fico triste, não deveria escrever sobre Caboclinho nesse momento, para não parecer oportunismo, contudo, tenho a obrigação de render homenagem a quem fez da bola sua criada, transformou o campo em palco para alegrar as pessoas e pôs lirismo no futebol. Fez-me saudosista e imponentemente se fez autoridade, mais respeitada do que o delegado, muita mais ainda, conceituado do que o prefeito e construiu seu enorme ciclo de amizade mais pelo seu jeito de jogar bola do que por palavras , sua linguagem, tinha inicio com sua ginga, jamais contida por seus adversários, mas exaltada por todos, pois, era surpreendente, inimitável e extraordinário, novamente sem exagero, está na mesma medida e proporção de Didi Folha seca, Gerson Canhotinha e Zico, craque de verdade.

Caboclinho iniciou sua carreira em 1942 aos nove anos e jogou até no final da década de 1960. Como atleta defendeu as cores do América, Fluisco, Olaria e Veneza de Juazeiro, jogou ao lado de Pedro Amorim (ídolo do Fluminense do rio de Janeiro) em Senhor do Bonfim, foi campeão pelo América de Petrolina ao lado de Domicio, Sinésio e Mario, entre outros. Como treinador dirigiu o Carranca, o Olaria, o Veneza e a seleção de Massaroca onde conquistou títulos por todas elas, além disso, revelou grandes craques, entre eles  Daniel Alves que passou por sua escolhinha que funcionava no campo do Madureira, no estádio Adauto Moraes.

Caboclinho Representa para o futebol de Juazeiro o que Didi folha seca representou para o Brasil, o que Nilton Santos representou para o botafogo e para a seleção brasileira. A saudade e a lembrança de Caboclinho já nos invadem, por isso encerrarei essa minha homenagem com algo dito por ele e que tive a grata satisfação de entrevistá-lo e transcrever.

“- Quando tinha uma Temporada Pedro Amorim me procurava. Eu joguei por Senhor do Bonfim contra o Ipiranga, contra Galícia, contra Bahia e contra vitória. Pedro Amorim disse para mim: “Caboclinho, você tem que sair de Juazeiro, não é possível eu perder outro amigo desperdiçando o futebol. Não “te levo para o fluminense do Rio porque tem problema de preconceito lá.”.

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