Núcleo de Apicultura da Ceplac ministra cursos sobre abelhas

No Centro de Pesquisas do Cacau da Ceplac, através do Núcleo Regional de Apicultura, pesquisadores procuram desenvolver a atividade ministrando cursos com aulas teóricas e práticas, enfocando aspectos biológicos e morfológicos das abelhas, e, principalmente, como capturar sem degradar o ambiente natural e práticas de manejo, incluindo preparo das colméias para produção de mel, beneficiamento do mel e multiplicação de enxames das abelhas uruçu amarelo, uruçu verdadeira, jataí e tiuba.

Em relação à questão ambiental os meliponídeos ou meliponíneos são polinizadores de árvores mais altas, ajudam a conectar fragmentos florestais e representam 70% das abelhas em atividade nas florestas da Mata Atlântica, enquanto as Ápis melífera (abelhas africanizadas) têm preferência por áreas abertas, ou seja, capoeiras, pastos sujos.

Os meliponíneos são de um modo geral, abelhas bastante dóceis, fácil manejo e com conforto, dispensando o uso de roupas e equipamentos de proteção tais como macacão, luvas, máscaras e fumegadores, reduzindo os custos de sua criação e permitindo que essas abelhas sejam mantidas perto de residências e/ou de criações de animais domésticos.

Além disso, por terem o ferrão atrofiado e não exigir força física e/ou prolongada dedicação ao seu manejo, a criação de abelhas sem ferrão pode ser facilmente executada por jovens, idosos e pessoas alérgicas, diferentemente da abelha Apis.

Outro ponto importante é maior quantidade de colméia por espaço, devido a população dessas abelhas ser menor em relação a Ápis. Os meliponíneos são de fácil multiplicação de enxames.

Mel dos meliponíneos: tem menor teor de açucares, mais fluido, alto valor terapêutico, elevada atividade antibacteriana, em função da concentração de um antibiótico natural (inibina) ser mais elevada em relação ao mel de Apis. O preço do mel dessas abelhas também é maior em relação à Apis, custando cerca de cinco vezes mais.

O pólen pode ser consumido in natura, acondicionado sob refrigeração ou desidratado e pulverizado para o consumo e comercialização, no entanto, este tem uma aceitação menor que o pólen de Apis devido ao sabor acre.

A geoprópolis também tem uma ação medicinal maior que das abelhas Apis, pois alia o poder da própolis com o da argila, que tem poderes curativos comprovados, esta substancia é encontrada na natureza na forma de mina, não tem areia nem terra, parece uma massa de pão. E usada como fitofármaco tanto
para autoconsumo ou venda in natura ou transformada em extrato.

O manejo de abelhas sem ferrão econômico e socialmente vem gerando ocupação e emprego no campo, ampliando mercados a exemplo da atividade ecoturística com a degustação de mel na própria colméia e, ambientalmente, contribui para o equilíbrio dos ecossistemas naturais e da manutenção da biodiversidade.

Os eventos destinados ao desenvolvimento do agronegócio da apicultura e meliponicultura, com ênfase na produção e beneficiamento da própolis e pólen brasileiro, são promovidos pela Ceplac, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), Confederação Brasileiro de Apicultura (CBA), Federação Baiana de Apicultura (Febamel), Senar e Sebrae. Os realizadores contam com o apoio da UFRB, IF Baiano, Uesb, Renapolen, CAR, EBDA, Associação de Apicultores Ambientalistas de Ilhéus (AAMI), Associação Canavieirense de Apicultores (ACAP) e Prefeituras de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca. Mais informações: http://www.ceplac.gov.br/paginas/sbpp/programacao.asp

(Luiz Conceição – Ascom Seagri)

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