DESENVOLVIMENTO URBANO x PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

blogqsppetrolina Foto_Farnesio Silva6Algum tempo atrás cheguei a imaginar que seria possível conciliar desenvolvimento urbano e preservação ambiental, acreditava que a falta de escrúpulo dos empreendedores e dos políticos iria se render a inexorável condição de algumas fontes de recursos naturais de não serem renováveis.

Ledo engano, eles são filhos da besta fera do capitalismo, para eles pouco importa se faltarão tais recursos para os descendentes, o que importa é o momento atual, são os imediatistas da fome de ter mais dinheiro para esnobar, ostentar poder e financiar campanhas políticas.

Com a conivência dos governantes (leia-se: presidentes, governadores, prefeitos) assim como do judiciário, os empreendimentos imobiliários crescem e aparecem a cada dia, desrespeitando as leis, as pessoas, a história e o meio ambiente.

Aqui na região, em especial na cidade de Petrolina, a cada dia surge um novo prédio ou condomínio na orla da cidade. O código florestal de 2012 diz que nas margens de rios, a área mínima de florestas a ser mantida depende da largura de cada um: rios de até 10 metros de largura devem ter 30 metros de mata preservada; para rios de 10 a 50m de largura, 50m de mata; de 50 a 200m de largura, 100m de mata; de 200 a 600m de largura, 200m de mata; e rios de mais de 600m de largura devem ter 500m de mata preservada em suas margens. A pergunta que não quer calar: como pode construir prédios e condomínios residenciais em Juazeiro e em Petrolina, a menos de 30 metros do rio São Francisco?

Poderiam até fechar os olhos para esse desrespeito da lei, senão fosse pelo que tem de pior nessas construções, em virtude da falta de investimentos na rede de saneamento básico das duas cidades, as redes coletoras não suportam mais quaisquer novos lançamentos de dejetos Qual a alternativa encontrada pelas prefeituras e os órgãos estaduais e municipais de defesa do meio ambiente? Conceder a licença e de quebrar permitir que se lance dejetos inatura no rio São Francisco (se bem que já fazem isso logo adiante, pois nenhuma das duas cidades tem estação de tratamento, dentro dos padrões mínimos de tratamento de dejetos).

O rio agoniza, as baronesas que é um bioindicador de má administração urbana, pois significa haver lançamentos de esgotos sem tratamento nos corpos d’água, consequentemente poluídos se espalham por todo o rio. As baronesas na vã tentativa de “limpar” as suas águas do rio São Francisco, acaba por sufocar o seu ecossistema. Se contar que as baronesas são grandes transmissores de doenças, devido à sua grande proliferação nos ambientes poluídos por despejos domésticos, as baronesas podem contribuir na difusão de doenças associadas à água, já que podem arrastar com suas eficientes raízes as bactérias, vírus e fungos e, portanto, disseminar uma infinidade de doenças. As baronesas no ambiente de água doce criam também o habitat preferido para a procriação de mosquitos e, também caramujos do gênero Biomphalaria que hospeda a planária causadora da esquistossomose.

No final de todo processo de destruição do rio, aqueles que não morrerem de sede, morrerá de doença, em virtude da contaminação das suas águas. Assim duplo crime estão tramando contra o rio e a população que irá (pensando bem insandecidamente) receber as águas transpostas do rio São Francisco, matam o rio transpondo as suas águas e matam de doenças a população que vai receber água contaminada do rio São Francisco.

Enio Silva da Costa- Educador e ribeirinho

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