SIMEPE: ‘MÉDICOS CUBANOS ATUAM COMO ESCRAVOS’

Edição/247 Fotos: Folhapress:

Pernambuco 247– Após a polêmica gerada pela criação do programa federal “Mais Médicos”, que trouxe profissionais cubanos para atuar em cidades do interior do Brasil, representantes do Sindicato de Médicos de Pernambuco (Simepe) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) denunciaram à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização Internacional de Trabalho (OIT), em Genebra, Suíça, que os profissionais estrangeiros estariam atuando em condições de trabalho análogas a escravidão.

Na denúncia, as entidades classistas observam que o “Mais Médicos” não seria capaz de resolver os problemas já existentes na saúde pública brasileira, além de manter os médicos estrangeiros em condições subumanas. Dentre as alegações, estão a falta de controle do salário pago aos profissionais cubanos, as duras condições de trabalho que não permitem uma boa atuação profissional e a regra que impede que os médicos saiam das cidades onde atuam.

A divulgação das denúncias foi feita pelo presidente do Simepe, Mario Jorge Lobo, na manhã desta quinta-feira (21), durante entrevista coletiva, realizada após a Blitz Noturna – ação conjunta com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), onde foram avaliadas as condições de alguns hospitais da capital, Recife, e do interior. As vistorias, realizadas entre a última segunda-feira (18) e a quarta-feira (20), foram feitas no Hospital da Restauração (HR), Hospital Agamenon Magalhães, Policlínica Amaury Coutinho, Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape) e na Unidade Mista Barros Lima.

Em todas as unidades de saúde vistoriadas, foram encontradas falta de higiene e problemas sanitários. No HR, a emergência de trauma passava por reformas, sendo os pacientes em caráter de urgência mandados para a enfermaria pediátrica. Também foi registrado a superlotação nas dependências do hospital, além de pacientes medicados fora da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

No hospital Agamenon Magalhães também foi constatada superlotação, com pacientes sendo medicados enquanto permaneciam sentados, além de refrigeração defeituosa. Situação semelhante foi encontrada no Procape, onde 89 pessoas ocupavam 33 leitos. Na Policlínica Amaury Coutinho não existiam médicos no quadro de plantão e a Unidade Mista Barros Lima não possuía privacidade para gestantes, além de ter sido verificada a impossibilidade de realização de exames ginecológicos.

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