NOVO PRESIDENTE DO PC do B DE JUAZEIRO FALA SOBRE TRAJETÓRIA E AVANÇOS POLÍTICOS DO PARTIDO

Gilson-Ara+¦jo-RibeiroAos 52 anos, Gilson Araújo Ribeiro assume a presidência do PCdoB de Juazeiro e elege como palavra de ordem o “Trabalho”, que norteia sua vida desde os tempos em que operava na indústria.

O professor, pós-graduado em História, nos primeiros dias à frente da direção regional considera a maior vitória do partido a reeleição do prefeito Isaac Carvalho, elege como principais desafios a arrumação orgânica do partido e a formação dos militantes, e já faz planos para 2014, quando diz que de Juazeiro sairá um candidato a Deputado Estadual pelo PCdoB, que deverá ser apoiado pelas cidades circunvizinhas.

“Na última conferência do partido, quando fui indicado à presidência, não fiz discurso, deixei apenas um recado aos militantes dizendo para eles se prepararem. O trabalho sempre fez parte da minha vida, levo as coisas muito a sério e nessa nova etapa não será diferente.

O que para muitos é considerado cargo, status, para os membros do PCdoB é apenas tarefa. Recebo essa nova ocupação com uma preocupação enorme porque o desafio é grande, e espero nos próximos dois anos cumprir a missão de fazer as coisas funcionarem de uma forma mais efetiva e organizada”, revela.

Gilson, que começou a militância política na década de 80, conta que os grandes eventos históricos como a ditadura e as “Diretas Já” o fizeram querer lutar por uma igualdade de direitos e a se engajar politicamente, tanto que ele foi às ruas e participou de muitos bandeiraços, apitaços e vários outros tipos de manifestações. Filiou-se ao PCdoB em 1987, quando o partido foi legalizado, e começou a fazer parte da direção regional no início da década de 90.

“No início, a gente militava dentro de um partido comunista que a gente nem conhecia direito, numa época em que as coisas eram conversadas a portas fechadas, pois, mesmo no fim, ainda sofríamos influência da ditadura. A nossa grande referência aqui em Juazeiro era Paulo César, e foi para ele que fizemos nossa primeira campanha. Eu e Paulão angariamos muitos votos dentro da Cica Norte, onde trabalhávamos, e conseguimos elegê-lo vereador. O partido nesse tempo era outro, mas a ideia do socialismo nos atraiu e continua seduzindo pessoas de bem, que têm como objetivo combater a miséria e outras mazelas sociais”, relembra.

Depois dessa fase inicial de muitas histórias e conhecimentos acerca da nova linha política esquerdista, o atual presidente considera como um dos momentos mais importantes para afirmação do partido a eleição de um prefeito pela própria legenda. “Estávamos na composição que elegeu o prefeito de Juazeiro em 2000, mas apenas em 2008 conseguimos titular um prefeito pelo PCdoB. Não estávamos felizes com o rumo que a cidade estava tomando e encontramos na figura de Isaac a pessoa que faria essa mudança. Na época, ele tinha várias opções e decidiu filiar-se ao nosso partido. A vitória, que foi surpresa para muitos, para a gente já era esperada. A partir do momento em que o nome dele foi para a rua e pegou, foi igual a água morro abaixo”, conta.

Sobre a reeleição ele diz ter sido “apenas a reafirmação do que as pessoas tinham desejado há 4 anos”. “Quando questionavam se nós reelegeríamos o primeiro prefeito da história de Juazeiro, eu sempre respondia dizendo que onde o PCdoB elege um gestor municipal, esse é reeleito, depois seu sucessor, como é o caso de Olinda, que já vai entrar no quarto mandato consecutivo pelo partido. Quem não acreditava viu que eu tinha razão. Embora as críticas ainda continuem, pois sempre fomos vitrine, o governo tem respondido sempre com trabalho. Hoje, a prefeitura paga salários decentes para os professores, tem ônibus para transportar os alunos, tem escola climatizada, e uma série de outros avanços, principalmente nas áreas mais críticas que são educação e saúde. Quem agora fica babando de ódio é porque não fez o simples, nem o essencial para a população”, constata.

Segundo Gilson Araújo Ribeiro, nesse novo cenário, que é bastante positivo, a grande provocação é organizar organicamente o partido. “Sempre recebemos elogios pelo nosso arranjo, inclusive durante as campanhas. Mas, a verdade é que na hora em que surge qualquer problema, dificuldade ou batalha aí junta todo mundo, vai pra cima, resolve, e isso dá aquela ideia de coesão e força. Mas, passado esse momento, as pessoas se espalham. Então, o maior desafio é justamente impedir essa dispersão. É fazer com que a sede do partido seja visitada, que todo mundo saiba onde é, e que isso sirva de referência, não só para militância, mas para as pessoas que querem se filiar, porque tem um bocado de gente que não faz isso porque não sabe onde é a sede, ou se existe uma. Também queremos formar melhor a militância, pois muitos chegam ao partido sem o conhecimento mínimo inicial. A gente costuma falar que ninguém nasce comunista e ninguém nasce mesmo, então tem que aprender a ser e quem vai ensinar somos nós que temos tempo de militância e conhecemos um pouco mais desses ideais. Pretendemos fazer um calendário de formação e firmar uma parceria consistente com a Escola de Formação Nacional do partido”, elencou como metas.

Falando em futuro, Gilson afirma que o PCdoB apoiará novamente Daniel Almeida para Deputado Federal e que de Juazeiro deverá sair um nome apoiado pelas cidades circunvizinhas. “Com isso aumentam nossas chances de ter um deputado nosso na Assembleia Legislativa da Bahia. Conversas estão sendo feitas com a militância e temos bons nomes sendo avaliados”, garante. Nesse primeiro momento, o professor, ex-industrial, administrador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro e agora presidente do PCdoB, declara que o partido está se reorganizando para depois fazer anúncios. “O importante é que todos se comprometam em ajudar a tocar o barco em frente. O coletivo está acima de qualquer individualidade e nós pretendemos realizar com êxito todas as tarefas. Temos provado que trabalhamos bem e a história nossa vai mostrar que as decisões foram acertadas”, conclui Gilson.

 

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