Cadeirante precisa ajuda de voluntários para entrar em agência bancária de Juazeiro


No último sábado (13), se não fosse à ajuda voluntária do militar Anderson Cleiton Souza e do comerciante Ivaldo Alves dos Santos, o cadeirante Paulo Roberto de Carvalho não teria acesso a agência bancária Santander, situada na Praça na Misericórdia, porque “a porta da acessibilidade” estava trancada. “Não sabia que estamos limitados a usar o banco apenas em dias da semana”, reclamou Paulo que é cliente do banco é precisava sacar dinheiro. Sem a ajuda Paulo voltaria para casa com a frustração de não usar o serviço. “Me sinto humilhado, não de precisar da ajuda das pessoas, mas de saber que um direito meu é violado a todo o tempo”, mostra sua indignação. 
Paulo explica que é um exercício diário ultrapassar as barreiras do preconceito e a corrida de obstáculos… 



Segundo ele, a paralisia que enfrenta desde os sete meses de idade é um problema menor do que os que são encarados no dia-a-dia. “Todos os dias tenho que exercitar para não ficar nem irritado nem depressivo”, disse. As barreiras vão desde acesso a supermercados, lojas, instituições privadas a repartições públicas. “Já houve algumas pequenas mudanças na acessibilidade dos portadores de necessidades especiais, mas ainda falta muito para um deficiente ter de fato mobilidade em nosso município”, argumenta.
Falta de rampas nas calçadas, que também não foram projetadas para a fácil locomoção; construção de degraus em vias públicas, que impossibilitam a continuação da passagem de uma pessoa com cadeiras de rodas, até mesmo um idoso ou pessoa com muleta; são instalados postes e telefones públicos e até mesmo veículos que ficam estacionados onde fica a rampa de acesso. É comum que vagas em estacionamentos de supermercados, bancos e avenidas, sejam ocupadas, assim como declives na estrutura de prédios e instalações.
Ao fazer um apelo à Justiça, Paulo Carvalho pede que o Poder Judiciário obrigue o município a iniciar imediatamente e efetivamente a adaptação de todos os edifícios públicos para que o acesso de portadores de deficiência seja facilitado: vias, órgãos e estabelecimentos públicos e privados sejam readaptados para a acessibilidade e mobilidade das pessoas com deficiências físicas. “Luto todos os dias com os fantasmas das desigualdades e das limitações, e quando, o que infelizmente não se aplica a todos os casos, se torna forte o suficiente para levar em frente uma vida social ativa, tenho que impor para fazer valer a lei”, lamenta.

 

 


Texto e Fotos Mônia Ramos




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