Trabalhadores em regime de ‘lay off’ realizaram três dias de protestos e exigem pagamento antes de avaliar qualquer proposta

Ernandes Biset, diretor do sindicato dos metalúrgicos de Dias d´Ávila, participou da mobilização que impediu a entrada de ônibus e caminhões de segunda a quarta-feira na porta da fábrica.
A Polícia Militar interviu para liberar o acesso e representantes da empresa fizeram uma proposta aos manifestantes.
Segundo Biset, a empresa se compromete a pagar os salários de maio nesta sexta-feira, 20, desde que os trabalhadores em lay off aceitem a demissão a partir de 1º de julho.
Com um detalhe: as rescisões só começariam a ser pagas em fevereiro de 2026, em 24 parcelas, com a quitação apenas em 2028.
Em assembleia, a categoria decidiu que só aceita negociar demissões após o pagamento dos salários em aberto e, de antemão, rechaça o parcelamento com pagamento a partir do ano que vem
Audiência
O presidente da Paranapanema, empresa controladora da Caraíba metais, Vítor Saback, deixou em abril o cargo de secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia para assumir o cargo.
Ele foi convocado pela Câmara de Vereadores de Dias d´Ávila para uma audiência pública no último dia 17, mas não compareceu.
A mesa diretora da casa anunciou consultar o departamento jurídico e não descarta acionar o Ministério Público para fazer com que o executivo compareça e preste os esclarecimentos desejados.
Há alguns meses foi ventilada a possibilidade de aquisição da Caraíba pela mineradora Vale, detentora de importantes reservas de cobre.
O avanço dos investimentos na transição energética também seria um incentivo extra para a aquisição, com incremento da demanda por condutores a partir do metal.
Procurada por A TARDE, a empresa informou, através de sua assessoria, que não comenta dados relativos à recuperação judicial nem possibilidades de venda da empresa, bem como as negociações para demissão dos trabalhadores em lay off.