Maldição Política

Zé Ventura

Muitas são as definições da palavra política. Para uns é simplesmente “a arte de governar e regular as relações que existem entre o Estado e o povo. Mas como ciência de aplicação é destinada a ser o meio de coordenação de forças sociais, realizar a conformação dos atos com os princípios”.

É nessa linha que Teófilo Braga, escritor e político português do século XVIII, anotou em sua obra “Sistema de Sociologia” Seria mesmo simples, se assim fosse na conquista de um poder enfrentado nos bastidores, quando a busca e o querer destroem valores, são capazes de esmagar com bruteza uma unidade familiar e com a frieza de um felino a se lambuzar no banquete do sangue de sua vítima.

Seria mesmo simples assim, se ao menos as escolhas de pré-candidatos fossem precedidas de discussões amplas, participativas e consideradas com todas as lideranças, pois só assim o fortalecimento da democracia se esplendia na vontade do povo que enganosamente se diz soberana, mas que não tem participação nessas escolhas primárias.

O chefe partidário aponta na direção que constrói seus interesses e o povo é submetido de forma singular àquela indicação. Apontado um nome por uma decisão monocrática ou no máximo dual, e diz-se impropriamente que foi a decisão autônoma do partido.

Todo esse engodo retira do povo a certeza de ser o elemento principiológico escrito no parágrafo único do art.1º da Carta Maior: “Todo poder emana do povo…”

Mágoas, sentimentos machucados, valores morais e éticos em decomposição, povo livre com algemas atracadas, sem a percepção de que está tangido como boi numa grande e cobiçada boiada humana. Precisa-se de um despertador que acorde a consciência de quem sendo boi quer ser boiadeiro para conformar a “Disparada” de Jair Rodrigues.

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