O momento em toda a Bahia é muito delicado.
Não gostaria de estar nesse momento na pele do governador Jaques Wagner, que paga por promessas não cumpridas.
Também não queria estar agora sendo nenhum dos policiais que fazem parte desta greve, pois o desgaste é muito grande.
E ao mesmo tempo não gostaria de estar exposto a situações tão perigosas e assustadoras em um cenário tão macabro.
O movimento grevista deu um xeque-mate no governador e arranhou o funcionamento do evento que mais atrai turistas na Bahia: o carnaval. Quantos não já cancelaram suas vindas à Bahia?
Que os nossos policiais militares merecem e precisam de melhores salários, além de melhores condições de trabalho, disso ninguém duvida.
De um lado a outro os baianos estão preocupados, nervosos, apreensivos, sem saber exatamente o que fazer. Estão num mato sem cachorro.
Basta. É preciso uma saída. Bahia não é Afeganistão, nem Irã, nem Coreia do Norte. Chega dessas estatísticas que superam até guerras civis pelo mundo afora. Se governo e policiais não chegam a um denominador comum, que venha alguém pra mediar. Poder Judiciário, Governo Federal, Sociedade civil Organizada, Ministério Público. Seja lá quem for. Não dá pra suportar mais nem um dia. O estado não pode continuar sendo denegrido assim. Os políciais não podem continuar sendo menosprezados assim. A população não pode continuar acuada assim.
Enquanto o governo é acusado de intransigente, o movimento grevista é tachado de irresponsável, a população é uma pobre coitada. Mas o que se precisa é de sabedoria, de equilíbrio e de segurança.
Será que o governador baiano não gostaria de atender todas as reivindicações dos militares?
Será que os policiais estão satisfeitos com todas as consequências deste movimento paredista?
Será que nós, pobres mortais estamos sendo lembrados nas discussões relacionadas à segurança pública?
Até onde iremos?
Wagner está a todo momento agindo como se nada estivesse acontecendo. Ele garante que haverá “paz e harmonia” no carnaval e enquanto isso já são mais de 100 homicídios desde o início da greve. Será que dá pra acreditar no que diz o governador?
O comando de greve demonstra que não vai ceder enquanto não for atendido em suas demandas. Informam que não dá mais pra suportar tanto desrespeito à categoria. Até que ponto os policiais irão endurecer?
A população está indefesa, desprotegida, sem governo, sem policiamento, com medo, e em muitos casos com seu direito de ir e vir prejudicado. Porque sempre a sociedade é que acaba sendo a mais prejudicada?
Por Francisco Evangelista