As cinco Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) que participaram do I Encontro Local das IPES, realizado esta semana (7) na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), avaliaram o evento de forma positiva.
Durante todo o dia, dirigentes e representantes da Univasf, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), da Universidade de Pernambuco (UPE), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) e da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape) apresentaram suas ações nas áreas de Ensino, Gestão, Assistência Estudantil, Extensão e Pesquisa, com o intuito de identificar dificuldades comuns e potencialidades a serem exploradas de forma conjunta em benefício do ensino superior e do desenvolvimento regional.
Como resultado do encontro, que teve como tema “Conhecendo as IPES”, será elaborada a “Carta PEBA do Ensino Universitário do Vale do São Francisco”, documento contendo as propostas apresentadas pelas IPES para o desenvolvimento do ensino superior na região, sobretudo das cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).
O documento será entregue ao Ministério da Educação (MEC), aos governos dos Estados de Pernambuco e da Bahia e dos municípios de Petrolina e Juazeiro. Entre os principais eixos que podem ser alvo de políticas e ações unificadas entre as IPES num primeiro momento estão a mobilidade discente, que deverá permitir aos estudantes de graduação cursarem disciplinas ofertadas em diferentes instituições de ensino; os programas de pós-graduação e a oferta de cursos de capacitação direcionados aos servidores.
O reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima, ressaltou ao final do encontro que a união das IPES é essencial para o desenvolvimento do Vale do São Francisco. “A região não vai ter seu desenvolvimento sociopolítico, econômico, cultural e científico se estas instituições não estiverem atuando de forma pujante, alavancando esse crescimento”, afirmou.
Para o presidente da Facape, Rinaldo Remígio, o encontro teve um resultado importante. “Observamos muita coisa em comum e dificuldades enfrentadas pelas instituições dentro da realidade de cada uma. Todas se mostraram interessadas em unir forças para que tanto as instituições quanto o Vale do São Francisco possam avançar”, disse.
O diretor do campus Petrolina da UPE, Moisés Almeida, considerou que o objetivo do I Encontro Local das IPES foi alcançado. “Este foi um primeiro passo dado. Não saímos ainda com algo prático, mas o contato com as outras instituições foi muito positivo. Os próximos encontros poderão focar na questão da mobilidade discente, que não depende de verbas, por exemplo. Outro ponto bastante importante é a área de pós-graduação, que é muito rica e as instituições podem compartilhar saberes na qualificação docente e na oferta de cursos para a comunidade”, obervou Almeida.
Na opinião de Almeida e da diretora do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do campus Juazeiro da UNEB, Aurilene Lima, a assistência estudantil é um dos pontos que merece atenção por parte das IPES. Questões como a permanência do aluno no curso e as condições de transporte na região devem ser refletidas pelas IPES nos próximos encontros. “Entre as potencialidades está a possibilidade de pensar no ensino superior de forma integrada e a necessidade de se criar uma editora para difundir o conhecimento produzido aqui para toda a sociedade”, disse Aurilene.
O Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação do IF Sertão-PE, Cícero Araújo, sugeriu que a união das IPES seja oficializada, tornando o grupo um ente político, com regimento e representação formalizada. “Este encontro deve se organizar na forma de um conselho ou de um consórcio, de forma a ter força política e peso de representação das Instituições de Ensino Superior do Vale do São Francisco”, propôs.
Renata Freitas