“Essas pessoas estavam em situação de vulnerabilidade em função do trajeto que foi percorrido de forma irregular. E o que consta, de acordo com o Promotor de Justiça Daniel Paladino, é que não teria sido somente uma viagem, mas possivelmente um trajeto irregular que era feito toda semana, da Bahia para Santa Catarina”, informou o MP por meio de nota.
Apesar do título enganoso de um dos sites que divulgaram as informações sobre o caso, de que os 44 passageiros fossem pessoas em situação de rua, o texto não informa qual fonte teria dado a declaração, mas apenas citações do promotor Daniel Paladino sobre a investigação. O Nordeste Sem Fake questionou por e-mail a redação de um dos sites sobre a informação do título da matéria, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.
O que diz a Prefeitura de Teofilândia
À Agência Tatu, a assessoria de imprensa do município de Teofilândia ressaltou que as informações compartilhadas se tratam de desinformação. “A notícia foi recebida com espanto e choque uma vez que o município de Teofilândia não possui “população de rua”, informou. A reportagem consultou o Painel de Pessoas em Situação de Rua, do Ministério dos Direitos Humanos, onde realmente não consta registro de moradores nessa condição no município baiano.
A Prefeitura apontou ainda que a polêmica criada a partir do caso pode ser classificada como crime. “Hoje os xenofóbicos não fazem a menor questão de esconder seus preconceitos. Todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis estão sendo avaliadas e tomadas diante a notícia mentirosa que foi publicada”, informou.
Já a Prefeitura de Florianópolis confirmou que teve conhecimento do caso e repassou as informações apuradas ao Ministério Público, mas não informou se teria constatado que os passageiros fossem pessoas em situação de rua.
Relato de passageiros
Assim como vários passageiros negaram à reportagem do G1, na época, que fossem pessoas em situação de rua. Uma fonte de Florianópolis declarou à Agência Tatu que conhece um dos passageiros, que não quis se identificar, mas que garantiu que o veículo foi alugado para que pessoas de origem baiana, mas que residem em Florianópolis, fossem visitar familiares em diversas cidades da Bahia “pagando mais em conta” pela passagem.
Nordeste Sem Fake
A editoria Nordeste Sem Fake, da Agência Tatu, monitora diariamente diversas redes sociais em busca de publicações com conteúdos potencialmente falsos. Mais checagens de fatos estão disponíveis no site.