Bahia 247
Os partidos aliados PT não podem mais ter ciúmes do ex-presidente Lula pedindo voto apenas para seus correligionários. Pelo menos em Juazeiro, município baiano que faz divisa com Pernambuco, a terra natal do líder esquerdista.
Nesta semana ex-presidente apareceu pela primeira vez para pedir votos na propaganda eleitoral de Juazeiro e não foi para o ex-prefeito e deputado federal petista Joseph Bandeira (que tenta se eleger novamente), mas para o atual prefeito candidato à reeleição Isaac Carvalho, do PCdoB.
Mas os candidatos do PP, do PCdoB, do PDT etc. não devem ficar tão alegres, pois o caso de Juazeiro é isolado. Bandeira lidera uma coligação de nove partidos, aparece em empate técnico com Issac Carvalho nas pesquisas, mas enfrenta uma batalha contra o próprio PT e desafia a Justiça Eleitoral para manter a candidatura.
No último dia 11, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) indeferiu o registro da chapa majoritária da coligação e, no início da semana, o juiz Valécius Passos Beserra acolheu pedido da direção estadual do PT, tirando de Bandeira o direito de usar a legenda e imagens de Lula na propaganda eleitoral.
Joseph Bandeira lançou a candidatura contra a vontade da direção estadual do PT, que decidiu fechar apoio ao prefeito comunista. Além disso, o candidato a vice da chapa de Isaac é o petista Francisco de Assis.
Por causa da desobediência, Bandeira foi suspenso por 60 dias, no início de agosto, da legenda. A ex-presidente da legenda na cidade, Lucimeire Pinheiro – candidata a vice na chapa -, também foi afastada.
Contudo, Joseph Bandeira garante que sua candidatura está mantida e que não vai sair do páreo, inclusive já recorreu da decisão da corte baiana ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em matéria publicada pela Agência Estado, ele disse que a posição do PT baiano é “molecagem” e que entrou na disputa para combater “o pior prefeito da história” de Juazeiro”. “Só não serei candidato se Deus ou o povo não quiser”, afirma.
Jonas Paulo, o presidente do PT na Bahia, diz que Joseph Bandeira é “megalomaníaco” e diz confiar que a candidatura dele será impugnada. “Um projeto coletivo não pode sucumbir à vaidade pessoal”, diz.