Farnésio Silva
No ultimo episódio da pugna ideológica dentro do Partido dos Trabalhadores em Juazeiro, ficou a mostra de forma pragmática a grande fissura ideológica existente entre as variadas correntes dentro da agremiação partidária. Duma banda, os liderados pelo ex-prefeito Joseph Bandeira, mesmo saindo vitoriosos na disputa do ultimo fim de semana, quando elegeu 22 delegados a mais que as chapas 1 e 2 juntas, mantém-se de certa forma contidos em suas manifestações de alegria pela vitória.
Na outra banda, quando a imprensa esperava ser chamada para uma coletiva da chapa A, vencedora da disputa, aconteceu exatamente o contrário. As chapas 1 e 2 convocaram uma coletiva de imprensa para a manhã desta segunda-feira, quando fizeram questão de deixar bem claro que a luta continua. Mesmo não obtendo o maior número de delegados, Osmar Galdino (Jójó), secretário Geral do Partido dos Trabalhadores, disse que esse foi apenas um rounde nessa disputa, em saber se o partido terá candidatura própria ou não, e se continuará apoiando e participando da administração do prefeito Isaac PC do B. Segundo ele o resultado importante acontecerá no dia 22 de abril, quando a legenda vai deliberar sobre o assunto de candidatura própria.
Disse Osmar Galdino, que daqui até lá ( 22 de abril), muita coisa pode mudar, até mesmo votos que hoje são contabilizados como da chapa 3. Jójó foi mais além e declarou que se for o caso haverá bate chapa na convenção, pois os grupos de oposição a chapa 3, sob a liderança do deputado licenciado Joseph Bandeira, tem nomes fortes que podem muito bem se colocarem com pré-candidatos. Perguntado quais nomes, foram citados os da secretária Célia Regina e do vereador Mitonho Vargas. Presente, o vereador Mitonho disse estar a disposição do partido, e que seria uma grande honra se isso viesse ocorrer.
Perguntamos se essa questão dos chamados petistas históricos de Juazeiro com Bandeira é política ou ideológica, e, se a proposta de candidatura própria viesse de outro pretendente que não Bandeira se seria defendida ? No que foi respondido pelo secretário do partido Osmar Galdino, Márcio Angelo e reforçado por Célia regina, de que de fato trata-se de uma disputa ideológica.
Segundo os históricos, não pode ser concebido por eles, que uma candidatura do Partido dos Trabalhadores tenha qualquer aliança com os chamados partidos á direita, a exemplo do PSDB e do DEM, e até mesmo no caso especial da Bahia, com o PMDB. E foram mais além na exposição do que os desagrada em Joseph Bandeira. Acusam-no de ser extremamente centralizador em seus atos, muitas vezes desrespeitando as decisões colegiadas; que não obedece as posições e determinação partido dentre outros predicados.
No vôo de ontem com destino a Salvador, onde estamos para participar de evento à convite do governador, tivemos o privilégio de sentar ao lado do ex-prefeito Bandeira, ocasião em que levamos um grande bate papo. Durante a uma hora e vinte minutos que durou a viagem, conversamos muito sobre muitas coisas. Falamos de poesia e poetas, dos grandes vultos da literatura brasileira, tais como Augusto dos Anjos, Manoel Bandeira e Castro Alves, a quem ele denomina de o grande poeta pernambucano da Bahia e até mesmo da doutrina de Kardeck, mas aí será outra história.
Como não poderia deixar de ser, falamos também muito sobre o momento político e a disputa interna no PT de Juazeiro. Segundo disse, “não entender porque tanta perseguição a sua pessoa” por parte de vários integrantes das outras correntes e disse jamais ter faltado com o respeito a qualquer companheiro. Prosseguindo falou que vai até o fim, na batalha para legitimar seu nome como candidato do PT a sucessão do prefeito Isaac. Joseph Bandeira também respondeu se em algum momento depois da eleição, ele fora procurado pelo prefeito Isaac para tentar uma conciliação.
Disse o ex-prefeito Joseph Bandeira que… esse artigo tá ficando longo. Volta a escrever sobre o assunto no próximo ensaio.