Bezerra Coelho diz água da transposição vai ser paga até para consumo humano

 

Com a operação do Eixo Leste da Transposição prevista para o fim de 2011, as atenções se voltam para a administração da água. Ao contrário do que muitos imaginavam, não será criada uma nova estatal. A responsabilidade ficará a cargo da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf), que, segundo o gestor, passará por uma reformulação.

“A água não pode ser dada de graça. Vai ter que ser cobrada, seja para fins de consumo humano, animal ou de irrigação”, apontou Bezerra Coelho. Para que a Codevasf possa gerir o processo, a promessa é de que o Ministério da Integração se reaproxime do Banco Mundial. “Vamos restabelecer a parceria e a ideia é trocar informações sobre a transposição das águas, para que a gente não invente a roda e nem repita o erro que outros países cometeram”, avisou.

Sobre a dificuldade que as populações ribeirinhas podem ter para ter acesso à água, mesmo estando ao lado do rio, o ministro afirmou que este será um dos papéis do Governo Dilma, mesmo que o transporte seja feito de carro-pipa. Existe a chance de serem adotadas tarifas sociais, como acontece com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). De acordo com o gestor, o Ministério gasta, hoje, R$ 60 milhões com os caminhões, que servem para atender os locais em que as adutoras não conseguem abastecer.

“Quem é do interior sabe que em algumas localidades a água só chega com cisterna. E para o período chuvoso a possibilidade é o carro-pipa”, observou. Até o fim deste ano, a Transposição do São Francisco, orçada em R$ 6,8 bilhões – se somados os programas ambientais -, atingirá 50% do cronograma físico, mas a obra completa, com o Eixo Norte também finalizado, só deve ser entregue em 2012. Este mês foram liberados R$ 800 milhões para a obra, o que garante o pagamento de faturas até abril.

(Folha de PE)

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