Após uma peleja desnecessária, a Via Mangue, enfim, vai ser entregue à população do Recife e da Região Metropolitana. A presidente Dilma Rousseff (PT) fez uma questão danada para participar do ato e irá fazê-lo para demarcar a contribuição do seu governo para a obra. Vem fazer política.
Contudo, os holofotes desta sexta-feira (13) não estarão concentrados na petista que busca a reeleição, mas no seu padrinho: o ex-presidente Lula. O cacique-mor do PT está há três anos sem pisar em Pernambuco e aportará logo mais para dar o start de sua colaboração às postulações de seus aliados, Armando Monteiro Neto (PT) e João Paulo.
Mas o que esperar de Lula em campanha, mesmo ainda sob o caráter de pré-? Alguns podem frisar a sua relação pessoal com o ex-governador Eduardo Campos (PSB) como possível freio para o petista, porém o fato de ele ter decidido participar de um ato para fortalecer projetos opositores ao do amigo socialista sinaliza que o ex-presidente comprará essa briga.
Lula deixa claro que Eduardo é um amigo e que não fará ataques a ele. Ressalta que separa muito bem a questão pessoal da política. E materializa isso quando repete – como uma espécie de mantra – que considera a presidente Dilma Rousseff mais preparada que o socialista para estar à frente do Palácio do Planalto.
Talvez os petistas mais ressentidos com as eleições do Recife, quando o PSB elegeu Geraldo Julio prefeito após romper com o PT, esperem um Lula agressivo com Eduardo. Contudo, a estratégia do seu cacique-mor, mais ponderada, seja a melhor. Ele não precisa comprar briga com o adversário. Vai precisar ungir o seu.
Lula deve dizer ao pernambuco, gravando, inclusive, para o guia de rádio e TV, que tem fé na capacidade de Armando Neto para comandar o Governo do Estado. O ex-presidente sabe que não deve desconstruir um projeto político que tem alta aprovação no Estado. Mas, na leitura que já vem sendo feita pelos seus aliados, que pode encontrar na falta de experiência política do postulante da Frente Popular, Paulo Câmara, dificuldades para a manutenção da sensação de crescimento de Pernambuco.
E, se alguém saberá fazer essa diferenciação, com certeza, esse alguém é a raposa política mais tarimbada do País.
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