PERDA, AUSÊNCIA E INDIFERENÇA

*Rivadávio Espínola Ramos Júnior

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Passados quase 4 meses, após o falecimento do médico juazeirense, Márcio Sousa Espínola Ramos, vítima de agressão durante o carnaval de Salvador-Ba, quando saía dos camarotes com a família (esposa, filhos e amigos), o sentimento de “saudade”, “dor”, “ausência” dá lugar a um outro tipo de abordagem:

De forma quase uníssona; amigos, imprensa, família, pacientes, colegas de trabalho, representantes da região (com e sem mandato político), perguntam com indignação e insatisfação: “o que aconteceu aos causadores do ato criminoso; ocorreu alguma identificação ou prisão; alguma câmera registrou o ocorrido…?!”.

Até a presente data, não recebemos nenhuma satisfação dos orgãos responsáveis aos questionamentos acima. Sabemos que fatos como este acontecem com frequência no dia a dia, apesar da ampla divulgação da imprensa baiana neste caso, em especial em Juazeiro e região, o que não diminui a importância dos outros casos nao divulgados.

A família de Márcio não tem sede ou sentimento de vingança aos agressores, pois segue a orientação cristã do “perdão”. Porém “perdão” não significa esquecimento ou indiferença a impunidade. Algumas lágrimas relutam a “secar”, a inconformidade à “perda súbita” rejeita o “consolo”, seja ele religioso, psicológico, filosófico ou de qualquer natureza. O filho mais novo(4 anos), já não se contenta com a história da “estrelinha no céu” a qual o pai se transformou.

A ferida aberta cicatriza lentamente… como demora a fechar! O sentimento é que Márcio continua “vivo”, sempre chegando feliz, brincando, ao mesmo tempo trabalhando sério, com humildade, humanidade e com preparo que recebeu ao longo dos seus 45 anos, interrompidos aqui na Terra, mas NÃO para a eternidade do nosso “Deus” JUSTO e INFALÍVEL.

*Rivadávio Espínola Ramos Júnior -Irmão de Márcio

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