ISOLADO, HUMBERTO DEFENDE UM PT INDEPENDENTE

Pedro França: CAS - Pauta: projeto na pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) estabelece que o desconto para pagamento de empréstimos e financiamentos consignados concedidos a idosos será limitado a 20% da remuneração para quem recebe até três salários mínimos.

 

 

Paulo Emílio e Leonardo Lucena_PE247

O apoio a Geraldo Júlio (PSB) representaria uma postura de capitulação política. Essa é a avaliação do senador petista e candidato derrotado à Prefeitura do Recife, Humberto Costa, mostrando-se contrário à adesão do PT à Frente Popular no Recife, encabeçada pelos socialistas. De acordo com o congressista, se o Partido dos Trabalhadores permanecer neste palanque, deixará de ser uma alternativa de poder, sendo, portanto, a independência o melhor caminho para a sua legenda, sobretudo porque não foi apoiada pelos socialistas nestas eleições.

Humberto Costa, uma das maiores vozes do PT, tanto no plano estadual como nacional, ressaltou, através de nota, que o Partido dos Trabalhadores apoiou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), nos dois mandatos do gestor. E ajudou a eleger os dois senadores, um deles o próprio congressista, e o outro, Armando Monteiro, do PTB, sigla que integra a Frente Popular. Mas o lançamento da candidatura própria por parte do PSB, rompendo uma aliança de décadas, e a troca de farpas ao longo da campanha deixaram marcas e mágoas que estão longe de serem superadas.

“O alinhamento vertical e automático, portanto, não é um argumento político válido. Se fosse, o PSB teria dado apoio ao PT nas eleições deste ano, já que a legenda comandava o Recife e contribuía para o bom equilíbrio entre as foças políticas no Estado”, diz o texto. 

Segundo Costa, um dos fundadores do PT no Estado e líder de uma das principais correntes do partido, a Construindo Um Novo Brasil (CNB), optar pela posição de independência também não significa se alinhar aos oposicionistas na Câmara Municipal da capital pernambucana. Conforme o texto, “não é só participando com cargos que se colabora com o governo e com o povo do Recife”. O senador diz que o PT deve ajudar no quer for preciso a cidade e a gestão de Geraldo Júlio.

De fato, o nome de Humberto Costa tem peso no PT pernambucano, mas, neste momento, é um dos poucos integrantes que defendem a independência da legenda no Legislativo Municipal. Tanto o presidente municipal do partido no Recife, Oscar Barreto, quanto o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, deixam clara a posição de serem favoráveis à adesão à Frente Popular.

Para o socialista, o fato de PT e PSB serem aliados históricos “pesa” rumo à manutenção da parceria entre ambos os partidos. “Nossa história de alianças é maior que as disputas. A campanha da Frente Popular conquistou a confiança do povo do Recife e não há motivos para não ter a do PT. Não vi a fala de Humberto Costa. Apesar da opinião do senador, o que vai prevalecer é a decisão do diretório”, disse, em entrevista ao jornal Folha de Pernambuco.

Guedes também afirma que a participação dos petistas é relevante para os objetivos do PSB no Recife. “O apoio do PT é importante e natural. Temos uma longa história de alianças e uma tradição de convergências, que, exceto por situações localizadas, sempre se manteve intacta”, observa.

A posição tomada por Humberto é que se mostra mais coerente neste período pós-eleitoral. Sendo derrotado por uma larga margem de votos por um candidato sem experiência em disputas eleitorais e cujo partido até então figurava como aliado, além de uma campanha marcada por acusações e troca de farpas, um alinhamento soaria, no mínimo, estranho. Mas a carta aberta de Humberto também aponta parra um cenário de isolamento e de perda de prestígio dentro do seu próprio partido. Caso se confirme que o PT recifense ficará na base do governo de Geraldo Julio, o controle de Humberto sobre o partido ficará bastante enfraquecido.

Um outro desdobramento visível desta celeuma interna do PT, é que Humberto está cada vez mais próximo do deputado, ex-prefeito e seu candidato a vice na chapa petista,  João Paulo. Vale ressaltar que até a formação da chapa para disputar a Prefeitura do recife, Humberto e João Paulo se alfinetavam continuamente e disputavam o comando  do partido em Pernambuco. Agora, com a perspectiva cada vez mais próxima de um novo alinhamento entre PT e PSB, os dois tendem a ficarem cada vez mais próximos e, desta forma, tentar manter o partido sob seu controle.

 

 

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