A JUSTIÇA É COISA SAGRADA QUE NÃO DEVE LESIONAR A RAZÃO!

 

Quid emim Mali facit magister? ( Que mal fez o professor)? “As próprias obras é que prejudicam os malvados” ( Sto Agostinho). O professor – Senhor Governador – é coisa sagrada! Portanto, não merece ser torturado; é pecado! A Lei do retorno não perdoa! Martirizar uma classe de bons serviços prestados à humanidade, que transmite o saber a partir da criança de colo, cujo aprendizado para a vida, é sem dúvida preferir a luz das trevas ao invés de se seguir, obedecer a palavra de Deus, ,fazendo uma lídima justiça para não cair na fogueira inglória, levando consigo os que o cercam. ” Vir obediens loquetur victórias” ( Quem obedece entoa o hino da vitória). ” Justiça é uma conduta sagrada que não deve lesionar a razão”! O apetite do ódio do governo contra os educadores faz calar, silenciar vergonhosamente o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B ), que não estalam no ar uma voz de contemplação mediadora para que se finda este impasse que prejudicou o ano letivo de 2012 das crianças e adolescentes e causa revolta aos pais.

Estamos nas vésperas das eleições municipais e, os aludidos partidos permanecem moucos, vesgos e mudos – enquanto a dor plangente, dor sentimental da “nossa professorinha” faz rolar lágrimas pela face, sem se ouvir o eco do PT e do PC do B, sendo este último notado, outrora, por seu espírito de luta, liberdade e impavidez nas ações democratas.
As trevas do governo da Bahia amordaçaram o brado do Partido Comunista do Brasil! Passado de glória, hoje, submisso a um capricho cruel.
O apetite víndice e a insensatez governamental, flagrorosamente, conseguem que ambos partidos vão à luta na mesma arena, cujo fim é uma implosão! Cuidado! Acordai! “Quem aos céus quer subir e as nuvens quer pegar, as estrelas estão sorrindo da queda que vai levar”! A resposta cívica e democrática está na porta; menos para os visionários, desléxicos que têm dificuldade de assimilação. Perseguir e ter ódio dos que não pedem generosidade do governo, sim, um direito líquido e certo é como sangrar a alma da razão! ” O apetite deve ficar submisso à razão”.
Vamos celebrar a verdade real, não iremos acolher as marchas dos erros! “Se fechares a porta a todos os erros, a verdade ficará na rua” ( Rabrindranath Tagore).
Em nome da história do PCdo B – Não tenho procuração para defendê-lo nem para orientá-lo – sei que sempre o admirei por seu valor de decisão; mas, tem pecado por deixar que sufocassem a sua voz que a conheci como impávida e retumbante, deixando, agora, nossas “professoras” que ensinaram o nosso “beabá”, enfrentarem sozinhas, porém, com honra a força impiedosa de um poder que não reflete com urbanidade! Não se deixem enganar! Conselho e a água se dá a quem pede! Desculpem-me! “A mim ninguém me engana, que não nasci ontem”. ( Érico Veríssimo).
Os bravos professores têm direito à liberdade de expressão e o direito de greve, vertentes previstas na nossa Carta Cidadã! Estamos no Estado de Direito! Faz lembrar-me do insigne baiano, quando o então Ministro do STF, Aliomar Baleeiro, deu-nos a seguinte lição de democracia: ” A liberdade não se recebe por mercê ou tolerância dos ofensores. Há que merecê-la ou disputá-la. Sempre que houver almas de escravos existirão vocações de sonhos”! Os professores têm alma de baianos que sempre souberam lutar por liberdade, derrubando com fervor os grilhões que surgiram na esteira da nossa história. 
Fato – senhor governador – é que uma Lei Jurídica deve ser respeitada e cumprida! Nossa Lei Maior não permite que um professor receba menos que o mínimo estabelecido na própria Lei; como também o Piso Salarial tem amparo legal. O MEC anuncia que o reajuste do professor é de 22,22%; tendo que o governo da Bahia fazer a complementação de 0,96%, logo, menos que 1%. Talvez, não tenha conhecimento que o valor do custo aluno foi de 21,24% em janeiro de 2012.
Paciência, Senhor Governador! O reajuste dos professores é baseado no reajuste do valor do aluno qualidade urbano e deve ser concedido na mesma data e no mesmo índice. Ressalta-se que em 2009 o Supremo Tribunal Federal confirmou que o piso é constitucional, bem assim a destinação de 1/3 da jornada para hora atividade. Pergunta-se – Senhor Governador – por que não cumpre o que está previsto na Lei?
Senhor Governador! Vossa Excelência poderia, pessoalmente sentar-se à mesa de negociação com os representantes da classe, com a presença da imprensa. Tanto os professores como o governador são pessoas de formação, educadas, podendo-se achar uma solução visível, amiga, que satisfizesse ambas as partes, visto que, Vossa Excelência é quem tem o poder de decisão, mesmo porque, seus emissários, até o momento não chegaram a um acordo satisfatório. 
Acrescenta-se, ainda, que o Senhor Governador não despreze os professores aposentados, preterindo os seus direitos sagrados, que muito fizeram pela Educação e, não olhados, o governo cometerá mais uma injustiça, pois, os reajustes terão direito na mesma proporção do pessoal em atividade.
Com todas as vênias, Senhor Governador! Segundo a Grande Enciclopédia Delta Larousse, nos ensina que o termo Subsídio significa: quantia que se dá a outrem para minoração dos seus infortúnios; tratados quantia que um Estado dá a um aliado em virtude de tratados; adjuntorio; vencimentos de senadores, deputados e vereadores.
Ocorre que os nossos professores não são parlamentares, não estão em nenhuma Convenção, muito menos atrás de adjuntorio ( ajuda, auxílio, esmola),etc, sim, um salário que fazem jus previsto em Lei, devido ao suor e esforços em favor das nossas crianças e adolescentes.
Os contracheques do mês de junho trouxeram mais uma preocupação para os educadores; vieram sem as vantagens especificando cada uma como era e transformou vencimentos, simplesmente em – SUBSÍDIOS – aumentando mais o constrangimento aos mestres que estão na espera de uma lídima justiça. Situação, desagradável, também, para minha esposa, professora Wilma Rosa, que serviu à Educação por 30 anos, prestando bons serviços ao estado, sendo penalizada, da mesma sorte, por este “alérgico” SUBSÍDIO.
Senhor Governador! Com todas as vênias, os professores e a nossa “professorinha” merecem maior atenção; o contracheque sem Subsídio de um sargento da PM e uma professora, serviram-se de símbolo à sua campanha para a vitória do governo da Bahia. Gratidão – não há a menor dúvida – – é o berço materno de todos os sentimentos!
“Meu ofício é dizer o que penso” ( Waltair, Filósofo francês).

*Geraldo Dias de Andrade é Cel. PM/RR – Bel. em Direito – Cronista – Escritor – Membro da Academia Juazeirense de Letras – Membro da ABI/Seccional Norte.

 

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