A presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDDCA), Rozinete Coelho, pontuou que um dos objetivos é desmistificar junto aos membros do MPPE e aos profissionais de saúde a ideia de que a ficha de notificação é um instrumento apenas de denúncia. “Ela, na verdade, constrói um perfil das vítimas de violência e nos permite ter dados para nortear ações específicas em nosso município ”, explicou.
Já a secretária executiva da Mulher, Roseane Farias, explicou que a violência, sobretudo a doméstica, ocorre devido a relações de desigualdade, preconceito e silêncio. “Um seminário como este nos ajuda a montar ações de acordo com as especificidades. As notificações compulsórias são ferramentas fundamentais para conhecermos as demandas e tipificá-las”, concluiu.
Durante o seminário sobre Notificação Compulsória, será apresentado a metodologia do trabalho do que será desenvolvido, como também a explicação de como deve ser feita a notificação compulsória dos casos de violência e a comunicação deles aos órgãos como o Ministério Público, o Judiciário e os Centros de Referência em Assistência Social.
“Petrolina tem dado passos largos na melhoria de vida das pessoas, e sem dúvidas esse será o maior legado da nossa gestão. O seminário sobre Notificação Compulsória, vem somar, gerando um banco de dados que facilitará nas questões da luta contra violência para idoso, crianças e adolescentes”, disse o prefeito Julio Lossio.
Notificação Compulsória
Desde 2004, o Ministério da Saúde instituiu a Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde buscando reduzir o número de doenças e mortes causadas por maus-tratos e agressões. Para o funcionamento dessa rede, um dos principais instrumentos é a ficha de notificação compulsória, que deve ser preenchida na unidade de saúde em que o paciente foi atendido.
O documento é base para a inclusão dos dados em um sistema de informação nacional, que armazena todas as informações sobre os casos de violência e demais doenças de notificação compulsória, como raiva, aids e dengue, por exemplo. Uma cópia da notificação é encaminhada para órgãos responsáveis pela apuração do caso, como o MPPE, Poder Judiciário, Conselhos Tutelares e Delegacia da Mulher.
Cauby Fernandes
