O CACHIMBO DA MORTE!

 

*Geraldo Dias de Andrade

26 de abril, 2ª feira – dia das almas! A noite estava acordando mais ou menos no crepúsculo matutino (lusco-fusco), quando eu começava a descer à orla ll, com destino ao banho de rio, completando assim, o meu Cooper, senti que uma senhora, toda de branco, atravessava a pista, partindo do passeio onde está o Vapor Saldanha Marinho, em minha direção.

Senhor..! Senhor..! Uma voz de piedade! Olhei para o alto, e, na minha clarividência, observei que era a mesma mulher de branco (alma!). “Quando fizer suas crônicas, lembre-se de escrever sobre as drogas que estão tomando conta da cidade”. Prometo! Refleti que não faz muito tempo que escrevi uma crônica: “Ou o Brasil acaba com o Crack ou o Crack acaba com o Brasil!”
Concluí que não se tratava de um fantasma, mas, de uma senhora apavorada que deve ter visto o mesmo que eu vi no cais, perto da descida para segunda etapa da orla, um festival de Crack entre jovens, inclusive meninas de 13 a 14 anos. De fato, percebi que não se tratava de um Poltergeist, termo que vem do alemão, que significa espírito barulhento. Estava, portanto, a mulher de branco, cercada da luz branca do espírito; logo, longe dos vampiros psíquicos!
Brasil do Crack! Verdade é que a inteligência policial com sua metodologia própria, técnicas, planejamentos operacionais, não encontra um meio de exterminar com esta praga letífera. Tudo isso vai permanecer, e, que a sociedade se previna como puder, pois, não se deve confiar nesses alienados mentais dominados pelo vício; salvo, se o Estado tomar uma atitude enérgica, coibindo com força esta imoralidade pública. 
Ninguém culpe a polícia nem a justiça, sim, o Estado, que está perdido com esta “peste social”. Precisa-se de rigor contra os traficantes, penas pesadas. Melhor divisão das riquezas, trabalho, bons exemplos, menos corrupção, melhorias para educação, valorização do organismo policial, etc. O Estado tem que estar presente, usando mão de ferro, quando se fizer necessária para manter a tranquilidade pública, combatendo os fornecedores das ervas malditas.
Medidas paliativas para traficante é sinônimo de afrouxamento do Estado. Não se respeita o caráter intimidativo da pena. Fato é que a praga avança em uma velocidade on-line. A polícia tem a obrigação de combater a fonte do mal com força e ousadia em favor da sociedade, e, cabe ao próprio Estado a solução para o problema vergonhoso social que está encravado na família brasileira.
O “CACHIMBO DA MORTE” é um joelho de plástico de ½ polegada onde a pedra maldita é enrolada em um papel alumínio juntamente com uma baga acesa de cigarro. Fura-se o maldito papel com a ponta de um espinho ou agulha, dando assim, início ao ritual de inalar, tragar, a fumaça da morte precoce!

*Geraldo Dias de Andrade é Cel.PM/RR – Cronista – Membro da ABI/Seccional Norte – Escritor – Bel. em Direito – Membro da Academia Juazeirense de Letras.


 

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