Nem o Exército escapa de irregularidades, na transposição

Giovanni Sandes/NE10


Nem o Exército escapou dos indícios de irregularidades graves apurados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em toda a transposição do Rio São Francisco. Uma auditoria do TCU apontou um superfaturamento de R$ 7 milhões no canal de aproximação do Eixo Norte da transposição, trecho orçado em R$ 143 milhões construído pelo 2º Batalhão de Engenharia da Construção. Mas o TCU mostra que a irregularidade do Exército é um dos múltiplos problemas: o Ministério da Integração Nacional não teria capacidade para conceber e gerenciar as obras.

A transposição soma 713 quilômetros em dois grandes canais, que beneficiarão Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Ela é pensada desde o Brasil Império. Foi promessa de campanha de ex-presidentes, como Fernando Henrique Cardoso, mas só começou a sair em 2007, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu a oposição.

Lula fez da transposição a grande obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De olho nas eleições de 2010, batizou a então ministra e hoje presidente Dilma Rousseff de “mãe do PAC”. Em seguida, forçou o início da obra, colocando o Exército para trabalhar enquanto licitava 14 lotes para empreiteiras.

Segundo o TCU, o governo não tinha a mínima condição de começar a construção. Assim, tem toda a culpa pelo total descontrole de prazo e custos: o orçamento explodiu de R$ 4,5 bilhões para R$ 8,2 bilhões, a conclusão saltou deste ano para o final de 2015 e a maioria da obra está abandonada. O único trecho pronto foi o do Exército, em Cabrobó, onde foi apontado superfaturamento.

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