CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DE JUAZEIRO

O desejo humano de melhorias das suas condições de existência, nos acompanha desde quando o homem se constituiu enquanto homem, ou seja, desde da sua aparição na terra. 

Nós policiais, profissionais da área de segurança pública, vimos esclarecer para a população de Juazeiro (única cidade de grande porte que não tinha aderido a paralisação) que diante movimento paredista iniciado a cerca de 7 dias pelos policiais militares do Estado da Bahia, que de forma ordeira e respeitando os princípios democráticos, ocuparam as dependências da Assembléia Legislativa da Bahia (a Casa do Povo). Não poderíamos nos furtar do dever de hipotecar solidariedade aos companheiros e companheiras, que estavam na eminência de serem massacrados pelas tropas do exército brasileiro, como acontecia nos tempos de outrora com todos aqueles que contrariavam a vontade do “rei” do momento.
Resistimos a essa decisão, pois sabemos que a população que depende dos nossos serviços, seria a única prejudicada com a nossa paralisação. Esclarecemos que desde o dia 01/02, já estamos pronto para paralisarmos, mas compreendendo a importância do carnaval para a cidade, o investimento não somente do poder público, dos blocos, dos ambulantes, do folião e atendendo ao apelo dos nossos comandantes, adiamos para o dia 06/02, mas diante da truculência, da arrogância e da insensibilidade do governador, dando o ultimato para a desocupação da ALBA, e conseqüentemente com a prisão ou a morte dos nossos companheiros e companheiras, não nos restou outra saída, senão a deflagração da paralisação para o domingo dia 05/02.
Ao contrário do quis o governador, o movimento é pacifico e ordeiro, por isso repudiamos quaisquer atos de violência que possa ou tenda sido cometido por algum policial militar. O governador enquanto ex-líder sindical é sabedor que todo processo de paralisação de uma categoria, alguns excessos são cometidos, mas nunca são compactuados pela grande maioria ou pelas lideranças.
Não compreendemos como simples paralisação de uma categoria profissional, tenha ganhado uma conotação tão forte. A convocação de tropas do exército, da força nacional, da polícia federal e de grupos de elite da PF, foram desnecessárias, temos no nosso corpo de oficialato companheiros, as quais são dignos de respeito e admiração da tropa, homens e mulheres que em muito poderiam contribuir para o fim da paralisação. 
Repudiamos a ausência do nosso comandante geral, Cel. Castro, que sempre se mostrou sensível as dores e as dificuldades da corporação, ter sido preterido desse momento tão importante da PMBA, para um general do exército.
Por fim, acreditamos em Deus, que o governador ao invés de demonizar o movimento, desperte para o seu dever constitucional de zelar pela segurança da população, e busque saídas razoáveis para o fim da paralisação, com a concessão da anistia, com o cumprimento da lei da GAP e a elaboração de um plano de planos de promoção, pois é admissível que um soldado tenha que levar 27 anos ser promovido a cabo e um sargento 17 anos para ser subtenente.

POLICIAIS DAS COMPANHIAS: 73°, 74°, 75° e 76°.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *