Emerson Rocha
Essa pergunta permeia no campus de Juazeiro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (univasf). Isso em função de uma obra exposta na instituição de autoria de um aluno do curso de Artes Visuais. A peça da discórdia vem causando intensa discussão entre os membros da Universidade em função da sua aparência. Talvez querendo quebrar alguns paradigmas e preconceitos, o artista fez uma representação do famoso quadro “A Santa Ceia” de Leonardo Da Vinci . Na sua versão, o estudante substituiu a figura de Jesus e seus apóstolos por órgãos reprodutores masculinos.
No ponto de vista artístico, o autor da obra estava corretíssimo. Afinal, a arte não pode ter fronteiras ou pudores. No entanto, a ideia do jovem parece não ter sido bem compreendida por parte dos colegas universitários. Fato, é que querendo ou não, o artista obteve êxito na sua proposta, afinal a sua criação ” roubou” a cena dentro do Campus e ganhou a imprensa através do programa do radialista Edenevaldo Alves, na rádio Petrolina FM
Porém o que mais chama a atenção nesse caso é a intransigência e o pensamento limitado de parte dos universitários da Univasf. O que podemos esperar de pessoas que não sabem respeitar uma manifestação artística? Se essa fere a moral dos ” ofendidos”, eu deixo uma pergunta ao mesmos: O que é mais nocivo para nossa sociedade: a Santa ceia representada por uma parte do corpo humano, independente dela, ou músicas, que de certo são apreciadas e consumidas pela maioria dos ” revoltosos”, que a todo momento ofendem mulheres, negros, homossexuais e outras minorias?