A rotina de Maria Fernanda de Moreira, de 11 anos, mudou nos últimos tempos. Cadeirante, ela estava sem poder realizar o seu maior desejo: o de frequentar a escola todos os dias. Vencer os três quilômetros que separam a sua casa do seu sonho. N
ão tinha transporte adequado para conduzí-la até a Escola Municipal Ricardo Rodrigues de Miranda, na Caatinguinha, zona Ribeirinha, distante 30 quilômetro da sede, em Petrolina. Essa realidade mudou desde o mês de julho e, agora sim, Maria Fernanda vai para a escola diariamente.
A partir do início do segundo semestre letivo, a secretaria de Educação de Petrolina disponibilizou um ônibus escolar adaptado com elevador para que Maria Fernanda, assim como outras crianças, chegasse até a sua sala de aula.
Depois de muitos esforços, no sentindo de atender essas crianças, a Seduc Petrolina passou a contar com quatro ônibus adaptados para cadeirantes na rede municipal de Ensino, um no N10, dois no N7, e esse da Caatinguinha, que atende Maria Fernanda. Todos os ônibus escolares, adaptados com elevador, têm a capacidade para doze crianças, com espaço para dois cadeirantes e são climatizados.
Na escola que Fernanda estuda, há dez crianças com necessidades especiais, mas, apenas Fernanda é cadeirante, segundo a professora de Educação Especial que a acompanha , Maria José Pereira. “A gente sente a satisfação de Maria Fernanda em cada atividade que desenvolvemos com ela.”
“Doía no coração ouvirmos todos os dias ela pedir para ir à escola e a gente não tinha como resolver e agora, sentimos realizando esse sonho. Isso é grandioso para nós da família, ver o olhar de felicidade de Fernanda.” Esse depoimento é da mãe, a dona de casa Maria Izabel Martins. Com dificuldades, também de comunicação, percebe-se no sorriso rasgado e o brilho nos olhos de Maria Fernanda, quando perguntamos como ela está se sentindo ao frequentar a escola. Cada expressão acompanhada do sinal de legal nos dedos nos remete à medida exata do seu momento.