CAMPANHA DE PROVÍNCIA

Coluna A Tarde: Campanha da Província
por Samuel Celestino
De repente, o clima eleitoral da sucessão baiana esquentou bem, possivelmente além dos limites, sem esperar o horário da propaganda eleitoral e dos debates entre os candidatos ao governo e ao Senado. Pelo andar da carruagem, tais debates prometem. Já não dá para saber quem começou a guerra utilizando mísseis de longo alcance. Prometem-se denúncias, o que ocorreu nas declarações do petista Rui Costa contra Paulo Souto, e devolvida por este no mesmo tom. Pelo jeito, convém aos candidatos prepararem abrigos antiaéreos. Geddel Vieira Lima, candidato ao Senado pelo bloco oposicionista, quer conferir tudo. Diz que está preparado: “A música que eles tocarem, eu danço.”
A campanha estava morna e os mísseis, sem que se esperasse, surgiram animando a festa para os que assim gostam.  Os candidatos de partidos pequenos são os que mais estão à vontade e aproveitam para bater nos dois lados, muitas vezes com tamanha ironia que arrancam risos. Lídice da Mata assiste à pugna e nela não se envolve, mas, também, vez por outra, atira. Aliás, foi de Rui Costa a primeira alfinetada na sua direção, ao falar no “esmagamento” da candidata socialista, que foi aliada de Wagner desde o seu primeiro mandato. A intenção do petista era de, certamente, tirá-la do seu caminho, já que formam ambos com a esquerda, se é o PT ainda é um partido de esquerda. O mesmo pode-se dizer em relação ao PSB que, no campo nacional, procura espaço entre Dilma e Aécio Neves com a candidatura de Eduardo Campos.
Acontece na campanha baiana um fato que se manifesta com intensidade pela primeira vez: a utilização da tecnologia de comunicação introduzida via twitter, a princípio por Geddel Vieira Lima, que começou a mandar recados através deste meio, muito antes de a campanha começar. Foi “seguido” por Rui Costa, Paulo Souto e até por Jaques Wagner que utilizou também a internet, só que não se deu bem: num confronto entre Geddel e Otto Alencar, maiores protagonistas para chegar ao Senado, o governador saiu em defesa de Otto.
Um acusava o outro utilizando como personagem central o falecido ACM, de quem Otto foi aliado e Geddel adversário. O primeiro atingiu o segundo dizendo que ele teria sido o herdeiro do carlismo (não está no sentido literal) o que acendeu a ironia de Vieira Lima.
O mais curioso: um internauta não deixou Wagner sozinho e também entrou na contenda, reclamando do nível. Foi aí que o candidato oposicionista utilizou, ao responder, a frase que está no primeiro parágrafo deste comentário: “Eles tocam a música. O que tocarem eu danço”.  Gerou-se um bom momento: o debate – aberto – entre candidatos na política baiana, com a democrática participação de um terceiro.
Vê-se, portanto, que a campanha eleitoral se move e começa a esquentar, utilizando o antigo e o novo. A campanha na província é assim.
Coluna de A TARDE

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