Os governadores de estados diretamente beneficiados pela transposição das águas do Rio São Francisco lamentaram, nesta terça-feira (6), o atraso nas obras, noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo no fim de semana. O governador Eduardo Campos (Pernambuco) diz ter consultado o governo Federal para se inteirar dos problemas com a transposição, atualmente orçada em R$ 6,8 bilhões, 36% a mais do que a projeção inicial. “Quatro dos 16 lotes estão em obra. Tem conjunto de lotes que estão sendo observados pela CGU (Controladoria Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União) para pedidos de reajustes, se cabe dentro dos contratos atuais, e outro conjunto que está sendo licitada”, detalhou. Campos diz ter recebido a garantia de que até fevereiro de 2012 a obra estará a todo vapor. Apesar de já vencida a discussão sobre a necessidade e responsabilidade ambiental do empreendimento, o pernambucano voltou a ressaltar a importância de transpor água para regiões do semiárido brasileiro. “Temos a necessidade sim de ter água para o semiárido. Agreste pernambucano é o pior balanço hídrico do Brasil, e só no S. Francisco há alternativa de buscar água, não há alternativa”, afirmou. O governador Cid Gomes (Ceará) reiterou o argumento de que a transposição retirará somente 2% do volume mínimo de água do manancial. “Atenderá a problemas críticos de desabastecimento como o das regiões das capitais Fortaleza e Natal, e do sertão do Pernambuco”.