Secretário propõe desoneração dos custos para ter maior competitividade

“A Bahia tem solo e clima ideais para expandir a cultura da banana e retomar o primeiro lugar no ranking nacional de produtores. Precisamos alcançar novos mercados, e para tanto é necessário que sejamos mais competitivos”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao abrir oficialmente, representando o governador Jaques Wagner, o Simpósio Internacional de Banana ProMusa – ISHS: Bananas e Plátanos. Destacando a importância social e econômica da bananicultura, Salles propôs que o governo federal desonere a cadeia das frutas, da mesma forma que está revendo os setores calçadista e automobilístico.

 

O secretário salientou que “além dos temas importantes científicos que serão tratados nesse seminário, a competitividade deve ser debatida, porque há questões que atrapalham o avanço da bananicultura. Há um grande mercado mundial a ser conquistado, e cabe a todos nós, governos municipal, estadual e federal, parlamentares e técnicos, buscar a desoneração da cadeia”

Ele citou como exemplo o custo da caixa de papelão, utilizada para exportação de frutas, que no Brasil custa mais que o dobro em relação a outros países concorrentes. De acordo com ele, esta tem sido uma demanda recorrente dos produtores. “A banana é uma das frutas mais consumidas em todo mundo”, lembrou Salles, afirmando que “podemos conquistar o mercado mundial com a banana produzida na Bahia”.

Outra questão levantada pelo secretário foi a necessidade de aumentar a produtividade. “Temos distritos de irrigação, com alta produtividade e qualidade que podem ser consideradas as melhores do mundo, mas temos também muitas áreas consorciadas com outras culturas, a exemplo do cacau, no Sul do Estado, estas com produtividade menor”.

Ele finalizou sua fala na abertura do evento afirmando que é preciso avançar para que a Bahia seja o maior produtor nacional de banana, destacando que esse processo tem que estar conciliado com as questões de mercado interno e externo. “Temos que buscar a desoneração para termos exportação mais significativa, não só da banana, mas de outras frutas como uva, abacaxi, mamão e manga”.

Com o tema geral “Produção Global Sustentável e Usos Alternativos”, o evento que reúne pesquisadores, técnicos, produtores, estudantes e interessados no assunto, do Brasil e de outros países, acontece no Othon Palace Hotel, em Salvador até esta sexta-feira, dia 14. A finalidade do seminário é discutir temas relacionados com a cultura, tais como o manejo, práticas culturais, fitossanidade, melhoramento genético, pós-colheita, marketing e comercialização. O ProMusa tem o apoio do governo da Bahia, através da Secretaria da Agricultura.

Participaram da abertura do evento o presidente do ProMusa, Edson Perito Amorim; Inge Van Der Berg, representante da Bioversity International; Virginia Hagge, superintendente Federal de Agricultura da Bahia; Domingo Haroldo Reinhardt, chefe geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura; Jonas Dantas, presidente do CREA-Bahia, e José Meneses Lima Junior, representando o superintendente do BNB, Nilo Meira Filho.

Banana no Estado

De acordo com Jorge Silveira, engenheiro agrônomo da EBDA, o cultivo da bananeira é de grande importância para o agronegócio de diversas regiões da Bahia. Com área plantada de 66,8 mil hectares e rendimento de 1.087,409 kg/ha, a cultura é mais representativa em sete regiões, com destaque para o Sul Baiano, Centro Sul, Vale do São Francisco e Centro Norte Baiano.

Segundo Silveira, o destaque na produção de banana na Bahia está na microrregião de Gandu, que engloba os municípios de Wenceslau Guimarães, Teolândia, Gandu, Tancredo Neves, e Piraí do Norte, todos localizados na região do Baixo-Sul do Estado.

Wenceslau Guimarães, com produção de 114 mil toneladas/ano e produtividade anual de 19 toneladas por hectare (rendimento maior do que a média estadual), caracteriza-se como o município maior produtor da banana-da-terra (mais conhecida como plátano). “Uma característica da região é que a bananeira é cultivada, principalmente, por agricultores familiares”, esclareceu Silveira.

As regiões produtoras de banana no mundo classificam a produção de banana em Bananas e Plátanos. As bananas são as variedades consumidas in natura (prata, e banana d´água, entre outras) conhecidas como cavendish, banana maçã, etc. Os Plátanos são banana-da-terra, d´angola e terrinha, variedades plantadas na Bahia. 

A Bahia foi o primeiro estado do Brasil a conquistar o status de área livre de Sigatoka-negra, umas das mais temidas doenças da bananeira, -, segundo a Instrução Normativa (IN) 20, de 12 de maio de 2006 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e IN 02, de 30 de janeiro de 2008 do MAPA, a Bahia conquistou a renovação da chancela de área livre de Sigatoka-negra por tempo indeterminado.

(Ascom Seagri/BA)

 

 

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