CONTURBAÇÃO NACIONAL!

*Geraldo Dias de Andrade

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Em primeiro lugar, gostaria de me dirigir àqueles que detêm o fascínio doentio de querer ser o outorgado de escritura vitalícia deste solo tupiniquim, chamado Brasil, os quais não passam de extravagantes visionários, arrogantes, desprovidos de luz para enxergar a idiotice de cupidez.

O Brasil é, no entanto, de todos os brasileiros, aqui nascidos ou não, que têm a brasilidade no sangue e amam nossos brasões e a nossa gente, dentro do objetivo precípuo da Sociologia, a qual trata o homem no sentido grupal sem qualquer resquício de distinção de raça ou preconceito de cor.

É preciso que se diga que os párias, povo desprezado e excluído das vantagens e afeto deste sistema categórico e mantido na parte inferior da pirâmide social, também respiram o medo e a violência.

Enquanto o nepotismo blinda os filhos, afilhados e apadrinhados felizes da casta dos brâmanes, os párias na classe social, composta de servidores públicos, trabalhadores, professores, policiais civis, militares e os integrantes das forças armadas brasileiras são vítimas do citado sistema egoísta e insensato.

Convivemos, infelizmente, em um país incendiário, em que a revolta se transforma em fogo. Bandidos tocam fogo em viaturas policiais, unidades militares, bancos e prendem policiais nos próprios quartéis. Antes de terminar o mês de janeiro, a marginalidade já havia incendiado trinta e quatro ônibus só no estado de São Paulo. Queimam crianças dentro de ônibus, matam dignos policiais em plena luz do dia, assassinam policiais covardemente dentro de Unidade de Polícia Pacificadora como se mata um Caga-Sebo ( ave passeriforme) de pequenino porte do tamanho de uma barata; enfim, tocam fogo em nossa soberania. Estamos vivendo em plena anarquia!

Os representantes deste sistema pretensioso que querem continuar a ser dono do Brasil —, só cego que não os enxerga — pensam apenas em permanecer no poder e para isso pretendem enfraquecer as forças de segurança de modo geral, incluindo-se os organismos de defesa de nossa pátria.

Descartado um regime de força totalitária, nós exigimos simplesmente um regime que se ponha respeito, que mostre o princípio da autoridade, impedindo que a sociedade não sofra os distúrbios sociais e que a tranquilidade pública seja mantida acima de tudo.

Que o Poder Judiciário e o Ministério Público não sejam tocaiados pelas ardilosas manhas maquiavélicas das forças ocultas, pois, permanecendo a mesmice é sinal de anistia para o indigitado mensalão. Pensem bem!

Exigimos ordem no país e que o povo tenha a confiança de que não será assassinado como passarinho, na rua ou dentro de sua própria casa, onde, aliás, já vive em “gaiola”, xadrez domiciliar.

Os brasileiros não mais suportam assistir a crimes hediondos constantes, em que bandidos e traficantes ditam suas próprias leis de forma covarde, o que não pode continuar por ser extremamente vergonhoso. Policial ficar de joelho dentro da viatura, suplicando misericórdia a bandidos para que não extermine a sua vida!? É muita humilhação!

Não é mais admissível proteger-se apenas o ápice — ponto superior da pirâmide social — e deixar inerte o cerne que é a parte primordial que abriga os organismos civis e militares, os quais não têm direito à expressão ou ação, empurrando-os para baixo, como um troço qualquer, em direção ao grupo dos párias, sem casta.

Certos auxílios do governo, sem o devido controle, têm tornado ocioso quem poderia produzir e não utilizá-los em cabarés, orgias, crack e drogas afins, dando enorme trabalho aos organismos policiais, quando poderiam transformar tais “benefícios” em emprego que dignificasse o homem como pleno cidadão.

Quem lê jornais ou assiste a noticiários televisivos, pode torcer que sai sangue em abundância, quantidade bastante para irrigar e pulular um meio de apagar tamanha vergonha de tantos assassinatos e demais atos deprimentes e escabrosos que se deleitam sem freio, em decorrência das vistas grossas do sistema – que só tem retórica sofista – sobretudo de moucos por conveniência. Esses visam tão somente a continuidade, fisgando o poder enquanto os organismos policiais padecem perante a opinião pública, sendo impedidos de reagir mesmo que sofram agressões contínuas, permanecendo calados como carneiro no momento do abate.

O país precisa mudar com a força do voto em caráter de urgência. Não se pode conceber, por exemplo, que o Tribunal de Contas dos Municípios, na Bahia, sirva de cabide de emprego dos protegidos políticos e de ex-deputado. Todos os desempregados são agasalhados por determinação do governador, com salário gracioso de R$ 26.000,00. Esse tribunal dá parecer de rejeição às contas de muitas prefeituras, quando deveria punir os gestores useiros e vezeiros na “gatunagem” em todos os seus mandatos. Entretanto, ditas contas, como em um passo de mágica, são aprovadas misteriosamente pelas respectivas Câmaras de Vereadores. Faz lembrar-me da célebre frase do Pe. Antônio Vieira, após o insólito estalo: “A Arte de Furtar!”

Não demoram em mostrar a “cara de mamãe sacode”- limpos e tranqüilos – nos jornais, sinalizando que dobraram a consciência dos eleitores, da Justiça e do próprio Tribunal de Contas. Improbidade vergonhosa que o Conselho Nacional de Justiça precisaria tomar providências avocando para o Egrégio Conselho a devida apuração. Os municípios desses “sabidos gestores” – eleitores – ficam se perguntando onde está a justiça!

Na margem do Rio São Francisco, na Bahia, há prefeitos que estão tirando, respectivamente, dois, três mandatos com base em liminares, sortudos! Milagre! A Sua Excelência Ministro – Corregedor do CNJ, Francisco Falcão, bem como o Ministro Joaquim Barbosa do STF poderiam saber não de enfieira de peixes do Velho Chico, sim, enfieira de liminares!

Que aproveitassem também, Suas Excelências, para saber o porquê do Governo da Bahia teima em não pagar os “MIRINS” Precatórios de Alimentos – Suor, Lágrimas e Sangue – dos pobres servidores do estado, a exemplo da Unidade Real de Valor ( URV ), decisão tomada há anos pelo Supremo Tribunal Federal, cuja esperança já levou muitos velhinhos, aleijados, cegos, viúvas, etc, a morrerem na Via- Crucis dentro dos corredores dos Tribunais de Justiça!

Carnaval, Eleições e Copa do Mundo neste ano andante. A preocupação deve ser redobrada para que nossa imagem de país deturpado pelos vândalos, criminosos, perversos, assaltantes, audaciosos e traficantes que já fizeram do crime sua profissão e meliantes que enfrentam as forças de segurança não venham a ofender a integridade física dos nossos visitantes — um colete de aço não faria mal —, pois as manifestações estão prometidas, idênticas ao do mês de junho. Os sequestros em cadeia vergonhosa são uma “sopa no mel”… “canja de galinha”, visto que os ditadores de lei – marginais – deixam os reféns acorrentados em cativeiros, e, as necessidades fisiológicas em uma bacia.

Os movimentos de rua continuam com as fileiras formadas, e disso não tenham dúvida. Eles foram abençoados pelo sistema!? cujo governo deseja tê-los como aliados. Não se sabe se a estratégia terá êxito.

Outra expedição que fará “coceira” são os “Rolezinhos”. Revoltados contra a burguesia racista e fidalga que os despreza como molambo, mantendo-se distantes do calor da pobreza, meninos de pais desprotegidos da sorte, enxotados do seu habitat natural, os quilombos, deixando suas pequenas terras, seus ranchos, os campinhos de suas peladas, seus costumes, sua gente e sua história, dando lugar para se erguer espigões e shoppings luxuosos.

Os guris – que também são do Papa Francisco – exigem, e com razão, o direito de ir e vir, sem ser molestados pelos detentores do capitalismo perverso e cruel, o qual os expurgou da aldeia onde nasceram e agora não se conformam em ser discriminados, tendo em vista que todos os brasileiros são nagôs e que certos preconceitos precisam de corretivos.

Os meninos que são expurgados dos referidos luxuosos shopings, com certeza, têm uma revolta latente dos castigos que sofreram seus bisavós, produzidos pelos senhores latifundiários da chibata! Essa juventude, não resta a menor dúvida, sabe muito bem da mão libertária do poeta Castro Alves, no monumento na Praça que leva o seu nome, em Salvador-Ba. Eles também têm conhecimento do tempo das iaiás nas janelas dos sobradões no Largo do Pelourinho, deleitando-se descaradamente das chibatadas que levavam os escravos com os corpos nus.

Da mesma forma a meninada têm ciência que a abolição da escravatura não foi uma generosidade de D. Pedro II nem da Princesa Izabel. Graças, sim, as revoltas incessantes da “Sabinada”, em 1798, na Bahia, Negros Malês, em 1832, entre outras lutas com seus respectivos heróis! Portanto, “Ninguém extingue a liberdade e a coragem do povo… ledo e cego engano!” ( Poeta Antônio de Castro Alves ).

*Geraldo Dias de Andrade é Cel. PM/RR – Bel. em Direito – Membro da Academia Juazeirense de Letras – Escritor – Cronista – Membro da ABI/Seccional Norte.

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