Os empregadores brasileiros, indústrias, construção civil, serviços em geral, e tantos outros empreendedores, reclamam, com muita razão, da falta de pessoas capacitadas e qualificadas para o mercado de trabalho no país. Recentemente uma empresa, em Suape, necessitou de 300 soldadores e teve que ir buscar no Rio de Janeiro, mais da metade desses profissionais. Isso ocorre em todos os setores, a começar pela empregada doméstica que não se qualifica para atender bem os seus empregadores. Com o crescimento da economia brasileira, a demanda por bons profissionais está em alta, há empregos disponíveis, mas o que as empresas buscam são trabalhadores capacitados ou qualificados, porém, esse é um grande desafio para todo o país. Um aspecto que chama a atenção dos empresários que necessitam de bons profissionais é a lacuna que se constata em termos de habilidades que transcendem a qualificação profissional e técnica, como liderança e atitude empreendedora. Um dos grandes problemas encontrado pelo mundo empresarial é que os profissionais de nível sênior não estão disponíveis para serem contratados, e, muitos profissionais recém-formados ainda levarão algum tempo para se desenvolverem plenamente em suas funções e adquirirem maior capacidade de liderança, sobretudo considerando a complexa realidade da indústria hoje e o contexto de permanente e renovados desafios no trabalho. A educação básica pública de qualidade é um pré-requisito para o desenvolvimento de competências profissionais específicos e, essas deficiências prévias obviamente têm impactos sobre o mercado de trabalho. Muitas empresas por meio do SESI e do SENAI têm caminhado decididamente na linha de uma metodologia baseada em desafios e projetos que favorecem o desenvolvimento dessas competências. O que o governo já deveria ter feito era incluir, na educação básica pública de qualidade, um pré-requisito para desenvolvimento de competências profissionais específicas, e, essas deficiências prévias, obviamente têm impactos sobre o mercado de trabalho.
