DÚVIDAS DE LONGO PRAZO NO UNIVERSO DA POLÍTICA BAIANA

Luis Augusto Gomes

blogqspeleições2014O povo não se interessa por eleições, a não ser em cima da hora, como o próprio governador Jaques Wagner nos ensina, mas no meio político – o que inclui a imprensa especializada – há pessoas capazes de pensar até com dez anos de antecedência.

Não cheguemos a tanto. Todos conhecemos no metiê as especulações sobre quem seria o candidato preferido do prefeito ACM Neto a governador em 2014, considerando a possibilidade plenamente factível de ele disputar o cargo em 2018.

Nesses raciocínios, há espaço até para acreditar que Neto deseja a vitória de um petista, especialmente Rui Costa, para na próxima eleição disputar contra um governo “desgastado” de 12 anos. Fiquemos, no entanto, nas opções de aliados que ele tem.

O ex-governador Paulo Souto é o pole-position consensual que não quer botar o carro no grid, e é respeitado justamente por recusar o convite, com a experiência de cinco campanhas majoritárias, o que lhe permite ver a cena muito de cima.

Não se sabe se venceria o pleito, pois, como ele mesmo reconhece, seus dois períodos de governo voltariam a julgamento num momento em que a sociedade busca o “novo”. Se vencesse, seria o melhor para Neto, pelo caráter e temperamento, além de ser do DEM.

Sem Souto, o que parece ser a realidade a se configurar, realça-se o nome do ex-ministro Geddel Vieira Lima, e é exatamente aí que surgem as dúvidas nos bastidores. Neto apoiaria Geddel, que, se eleito, seria seu grande adversário em 2018? Geddel respeitaria um possível acordo para não tentar a reeleição?

São dados elementares de uma complexa equação cuja resolução ficará a cargos dos dois líderes e depende, é claro, de outros fatores, inclusive de cunho nacional. É um problema que instiga o pensamento dos observadores, especialmente a partir do princípio de que em política ninguém cede nada a ninguém.

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