A INDEFINIÇÃO DAS CANDIDATURAS NO ESTEIO DOS MOVIMENTOS POPULARES

*Marco Aurélio Guimarães

blogqsppartidosPT, PSDB,PPS, REDE ,PSB e PSOL, enfim todos estes partidos que postulam o planalto, coadunam do mesmo dilema, qual o tamanho do impacto da reação da população nas diversas movimentações populares ocorridas nos últimos meses. Onde eles foram atingidos.

Decerto que todas as agremiações foram prejudicadas, haja visto uma extrema repulsa dos participantes dos movimentos à presença de filiados partidários. Mas o que se percebe é que poderemos ter cinco candidatos de relevo concorrendo a Presidência da República.

Percebe-se momentaneamente que no plano nacional a maior prejudicada foi a atual mandatária a Presidente Dilma Roussef (PT), com uma queda jamais vista em seus índices de popularidade, mantém a liderança graças a força do bolsa família nas regiões do Norte e nordeste, e vê surgir fortemente no seu Partido o movimento de “volta Lula” capitaneado pelo ex ministro José Dirceu, insatisfeito com a falta de habilidade política da mesma, bem como as eternas insatisfações e dilemas do PMDB, tanto nacionalmente, quanto na composição dos estados.

Vê-se a Ex senadora Marina Silva (REDE), que foi a grande surpresa nas eleições 2010, encostar perigosamente na líder e forçar o segundo turno, alguns entraves de Marina são a constituição legal de seu partido e a partir disso a construção das candidaturas estaduais , que necessitam para dar palanque ao seu anseio de disputar o processo.

A única candidatura que parece consolidada pelo partido é a do Senador de Minas Aécio neves, que também cresceu (de maneira mais comedida) nas intenções de voto, mas que mantém uma solidez de palanques regionais e baliza sua pretensão a partir de palanques bem formados, em especial no sul e sudeste do país.

Eduardo campos, Governador de Pernambuco, apesar de sua inserção forte em áreas do nordeste, ainda é desconhecido de parcela da população, apesar dos altos índices de aprovação em seu estado, mas pode, no decorrer da campanha, se transformar no desaguadouro dos votos daqueles que não mais aceitam a polarização PTXPSDB, para isso precisa consolidar até o final de agosto suas bases estaduais e dirimir resistências dentro de seu próprio partido.

Por fim, a entrada de José Serra no pleito, o que somente seria possível a partir da fusão do PPS e PMN (MD), o que neste instante parece impossível. Somente com esta fusão Serra teria esteio de concorrer a sua terceira eleição, sem isso é melhor ser candidato a Senador ou Deputado por São Paulo pelo PSDB, onde tem reais chances de vitória.

O PSOL, caso lance o Senador Randolfe Rodrigues, poderá ter um desempenho acima de sua média, levando em consideração o grande mandato e visibilidade adquirida por este parlamentar que tem como grande característica a capacidade de díalogo. Enfim, um quadro inóspito e indefinido, mas que leva a crer que teremos uma acirrada disputa, mesmo com a presença de Lula, pois todos os candidatos são amparados por uma forte estrutura e redutos estaduais.

Na Bahia Democratas pode Passear na Eleição

Enquanto no Brasil o cenário está inóspito, na Bahia as oposições ao governo Wagner são as grandes beneficiárias destes movimentos, desde as vitórias nos principais centros como Salvador e Feira de Santana, os pré candidatos lideram em todos os cenários e na junção com amplas possibilidades de vencerem no primeiro turno eleitoral. O Líder inconteste em todas as pesquisas, o Prefeito de salvador ACM Neto, refuga qualquer possibilidade de candidatura, apesar das pesquisas o colocarem num patamar de votos válidos entre 40 e 45%.

Na hipótese de não aceitar esta candidatura, surgem com forças o nome do Ex governador Paulo Souto (DEM), que também lidera as pesquisas, seguido de perto do Ex Ministro Geddel Vieira Lima (PMDB,), ainda há a citação dos nomes do prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (DEM) e do ex Prefeito de Mata de São João, João Gualberto (PSDB) que pode em qualquer hipótese fazer parte da chapa majoritária das oposições.

Hoje o quadro seria na forma normal ACM Neto para o Governo, Gualberto Vice e Geddel Vieira Lima para o senado, formando uma chapa de peso, neste aspecto o Ex Governador Paulo Souto seria o puxador de votos para Deputado Federal para ampliar a bancada de oposição. Sem Neto, as possibilidades podem ser de Geddel Governador, Gualberto Vice e Paulo Souto Senador.

Há ainda uma outra hipótese menos provável com José Ronaldo Governador , Geddel Vice e Antônio Imbassahy para o senado, deixando Souto para Federal e Gualberto para estadual. De qualquer sorte a oposição nunca esteve tão forte como neste momento, principalmente no interior da Bahia, onde as insatisfações, principalmente do Prefeitos e lideranças, levam a crer em um desaguadouro das hostes governistas motivados pelo abandono nas áreas de segurança e saúde primordialmente.

A Situação em maus lençóis

A Melhor colocada da base do Governo, Senadora Lídice da Mata, caso Eduardo seja candidato será obrigada a palanque exclusivo, o que já teria que consolidar uma aliança com PDT (provável vice de Eduardo), contando com um entrave do Presidente da Assembléia legislativa, Marcelo Nilo, que antes de ser Pedetista é mais Wagner que o maior dos petistas de carteirinha.

Mas numa composição nacional, poderia surgir o Senador João Durval e o Próprio Vice Governador Otto Allencar (PSD), já que Gilberto Kassab retornou as conversações com Eduardo. Portanto essa seria uma hipótese Lidice Governadora, João Durval Vice e Otto Senador (apesar da lealdade canina a Wagner, mas politica muda com as nuvens). Nesta hipótese, o candidato oficial do trio Dilma/Lula/ Wagner seria Rui Costa, hoje primeiro ministro do governo, mas que não consegue nem mesmo a simpatia de seus pares petistas.

Rui Governador, com um vice do PP (Negromonte, Leão ou Ronaldo Carletto) e a vaga de senador para César Borges (PR). Com a desistência anunciada da candidatura de Wagner ao senado ou a deputado e sua decisão de comandar o processo sucessório no exercício do cargo, a hipótese de Otto vir a ser candidato pelas hostes governistas ficou praticamente descartada, cabendo a ele a permanência como vice ou senado nesta chapa.

O Senador Walter Pinheiro, melhor colocado do PT nas pesquisas, não é do time de Wagner e nas analises governamentais atrapalhariam os planos do Governador de retornar em 2018, ou mesmo disputar a Prefeitura de Salvador em 2016. O Projeto inicial de renúncia coletiva Wagner e Otto, neste momento foi abortado, pois os índices de aceitação do Governo são os piores desde o ínicio do mandato, índices inferiores inclusive aos aferidos nas greves de 2012.

Portanto, o grande problema hoje do Governo é a torcida intensiva pela não candidatura de ACM Neto, segundo pesquisas do governo e da oposição, fiel favorito à disputa inclusive com capacidade de vitória já no primeiro turno. As inúmeras defecções na base do governo, a impopularidade de Dilma e Wagner e os diversos erros cometidos em 2012, como a intervenção na candidatura Joseph Bandeira levam o governo a possibilidade de derrota em lugares que nunca perdeu como Juazeiro.

Uma coisa é certa, muita água vai rolar até as convenções partidárias, e novos números surgirão, mas hoje o cenário nunca esteve tão favorável a uma vitória das oposições baianas, que mesmo sem força financeira ou politica, conta com a confiança e a revolta dos eleitores comuns, que aventam de forma uníssona um Fora PT jamais visto na história da Bahia.

*Marco Aurélio Guimarães é Economista e Secretário de Relações Políticas Institucionais da Prefeitura de Uauá

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