Veto de indicação de Aras ao CNMP é ‘covardia’, ‘canalhice’ e ‘imbecilidade’, diz Pinheiro

 José Marques
O senador Walter Pinheiro (PT) classificou de “covardia” e “canalhice”, além de “imbecilidade” e “estupidez” o veto dado por seus pares à indicação do procurador baiano Vladimir Aras ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “Quem operou o voto contra Aras, operou dizendo que era contra [o procurador-geral da República Roberto] Gurgel.
Aí que a covardia se apresenta mais ainda. Se alguém queria bater em Gurgel, então fosse lá e batesse nele. Mas escolher Aras para bater em Gurgel?”, questionou, em entrevista ao Bahia Notícias.
Membro mais votado pelo Colégio de Procuradores para a lista tríplice destinada à vaga do Ministério Público Federal (MPF) na renovação do conselho, Aras  teve 38 votos favoráveis, 17 contrários e uma abstenção – eram necessários 41 votos para ser aprovado.
“Fizeram uma campanha sórdida dizendo que Aras era uma indicação do colete de Gurgel, que ele ia para o CNMP fazer a política de Gurgel. Quer dizer que além da imbecilidade e estupidez, há uma completa covardia aplicada nisso. No dia da sabatina de Aras na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não apareceu nenhum para chegar no microfone e dizer: ‘esse sujeito não tem condições’. Pelo contrário”, reclamou Pinheiro. O legislador também põe a culpa do veto ao voto secreto. “Por isso que tem que acabar com isso”, avaliou.
Na quarta-feira (3), quando a decisão foi tomada pelos senadores, a bancada do PT apresentou recurso à CCJ. Segundo o petista, “pela regra, Aras só poderia ser apresentado ano que vem”, mas existem “dois precedentes” para refazer a votação. “Uma tentativa que a gente buscou no dia foi a declaração dos votos dos que não votaram. Só que, quando eles declararam voto, o resultado já havia sido anunciado. Então, os votos declarados não podiam ser computados porque a regra diz que o voto tem que ser secreto”, explicou. O recurso tenta, agora, “mudar não o regimento e a Constituição, mas o ato da mesa”. “Se não conseguirmos, teremos que esperar o próximo ano para fazer a reapresentação ao nome dele e conduzi-lo ao CNMP”, lamentou. Também ao Bahia Notícias, o próprio Aras disse que tem “confiança no recurso”.

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