RENÚNCIA DOS MANDATOS E ELEIÇÕES GERAIS, JÁ!

*Geraldo Dias de Andrade

chargedesvioEleições gerais em noventa dias! A voz das ruas requer urgentemente o sumiço do modelo político que aí está sintetizando a consciência coletiva que clama a renúncia a todos os cargos eletivos, de vereador a senador da República. Um ato de louvor e honra a bem do povo brasileiro! Eleições livres para quem jamais exerceu cargo eletivo.

Sabemos que no quadro político atual existem cidadãos de personalidade ilibada, escorreita. No geral, porém, o conceito que se tem da classe política é deprimente e vergonhosa, trazendo constrangimento à sociedade brasileira que afirma sentir ódio e náusea do atual sistema político.

Diante desse caos político, torna-se imperiosa uma mudança radical para o bem de nossos filhos e netos, a fim de que se tenha saúde, segurança, transportes e educação de qualidade, além de efetivo combate à corrupção.

A renúncia geral de todos os eleitos seria prova cabal de cidadania e de amor à Pátria que nesses últimos anos vem sendo ultrajada pela incúria e malversação de recursos públicos, além de outras mazelas que provocam nódoa com repercussão além-fronteiras.

A força soberana do povo encontra-se nas ruas e praças públicas, onde milhões de pessoas externam sua revolta contra as mentiras e as enganações emanadas de nossa classe política. Exigem de Brasília um Brasil com boas perspectivas de vida, uma Pátria esperançosa de melhores dias para a segurança, a saúde e a educação.

Erradicar, de uma vez por todas, essas mazelas crônicas nacionais está sendo a principal reivindicação da voz das ruas que deve ser ouvida e acatada pelas autoridades maiores deste imenso País. É a conscientização coletiva que diz ao Governo que esse modo de governar é turvo e deve ser exterminado, não se admitindo mais discursos tapeadores, hipócritas, sofistas e facilmente desmascarados.

O povo é coisa sagrada! Merece e exige respeito, e tampouco aguenta mais tantas humilhações, em que o Governo só protege os fortes e hipersuficientes, relegando à miséria os párias e os miseráveis que são condenados a morrer nos corredores dos hospitais, por vezes putrefatos em decorrência da omissão e da desídia governamental, autêntico cancro social a cobrir de vergonha e tristeza nossa cambaleante cidadania. Até quando acham que o povo irá suportar tanta insensibilidade e tanto desleixo?

A voz das ruas traduz a dor plangente que faz derramar o pranto diante das desditas que assolam e arruínam o sentimento dessa brava gente brasileira, que se vê acuada pelo desdém sarcástico de quem manipula e posterga o direito à vida plena dos desprotegidos da sorte, alimentando o maligno despotismo.

O manifesto de revolta exige um país limpo, onde se erga a lídima justiça social e que não seja orientado ou manipulado por uma única sigla partidária já repudiada pela sociedade. Agremiação essa, aliás, permeada de sentenciados vigiados pela Justiça, tendo um deles sido hipocritamente eleito Presidente de Ética da Câmara dos Deputados! Respondam-me se isso não constitui seriíssima afronta ao Supremo Tribunal Federal!

A sociedade brasileira começou a explodir e dizer “não” a esse estado de desmandos apodrecidos e fétidos pelo que se observa da fúria com que exige resposta imediata. A convulsão social tem sido uma constante, angariando adesão em grande escala, o que faz com que o Governo Federal dê demonstração de que não está vesgo ou mouco às reivindicações dos inconformados com as alegadas perversões que turbam o sistema.

Mudança comportamental no rumo da moralidade é primordial para que a revolta seja amenizada. Para tanto, faz-se necessário que a voz do povo seja ouvida já, sem demora. Um governo, que não ouve nem escuta a voz soberana do povo, está fadado a cair.

A demora em responder ao clamor das ruas, desse contingente de insatisfeitos, tornará as coisas ainda mais difíceis, pois esses não ficarão satisfeitos com medidas paliativas, conversas enganosas e discursos vazios de objetivo. Por certo não serão escutados. Acordai!

As ações têm que ser imediatas e concretas. Perseguir os erros para extirpá-los seria o óbvio, podendo abrandar as pretensões daqueles que não querem mais esperar pela reparação dos transtornos do Governo.

As medidas do Governo para conter a insatisfação do povo têm que ser concretas e eficazes. A seriedade talvez seja o viés para se atingir a calmaria. Muito difícil porque os milhões de inconformados não admitem que suas reivindicações tenham sido em vão, ouvindo quimeras esfarrapadas, vazias e sem consistência.

Não se vê razão para que um ministro do Supremo Tribunal Federal tenha que ser escolhido pela Presidência da República, embora sabatinado pelo Senado, e que um desembargado do Tribunal de Justiça seja nomeado pelo Governador de seu Estado. É muita incoerência, pois eles deveriam ser nomeados, respectivamente, por seus pares, evitando-se assim a ingerência política na esfera judicial.

A Presidenta da República, atordoada com o avanço das manifestações de inconformismo popular, tem dado demonstração de que quer ouvir a voz das ruas para não se desgastar politicamente. Exigindo coerência administrativa, o clamor fez com que fosse proposta a submissão de algumas medidas a plebiscito.

O tempo, contudo, urge. As medidas têm que ser tomadas agora, não podendo ser postergadas à espera de uma Assembleia Constituinte. Quem serão os representantes do povo na aludida Constituinte? Será que os escolhidos serão os mesmos políticos hoje ligados ao modelo repudiado. A força do povo é soberana e ninguém detém a escritura do poder! Discursos causam náuseas, mudança já!

*Geraldo Dias de Andrade é Cel. PM/RR – Bel. em Direito – Membro da Academia Juazeirense de Letras – Escritor – Cronista – Membro da ABI/Seccional Norte.

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