O Machado Freire, jornalista e editor do jornal “Folha do Sertão”, escreveu artigo defendendo uma “insurreição” em favor do Nordeste. Confira:
Não temos conhecimento de que nenhum presidente – inclusive os dois nordestinos Fernando Collor e Lula, tenham empreendido nenhum esforço voltado para um projeto específico de combate à seca.
O Dnocs – centenário – e a Sudene, quebrada, podem ter sido criadas com o objetivo de atenuar o milenar flagelo nordestino. O Dnocs perdeu todos os seus objetivos por ter sido desconsiderado por todos esses governos ao longo dos últimos 60 anos.
O que dizer da Sudene? Os coronéis – desde os tempos da Arena, que mandavam no Nordeste, se apropriaram dessa autarquia para beneficiar seus apaniguados, elegendo deputados, prefeitos e governadores.
Ninguém, até hoje, teve a coragem de criar uma CPI da Sudene, pelo menos avaliar os danos causados ao erário, quando o certo seria cobrar o que essas figuras receberam e desviram dos projetos originais, deles que se apresentavam como interessantes para a agricultura e pecuária da região.
O Bandepe tomou o mesmo caminho e quebrou. O Banco do Nordeste ainda não quebrou porque os repasses para grandes projetos (como a Transnordestina, por exemplo, que está com suas obras praticamente paralisadas), estão vindo do BNDES. Cadê aquele famoso Finor?
Por isso, hoje – acredito e defendo – é preciso que alguém como Eduardo Campos assuma o comando de uma campanha em defesa do Nordeste. É uma “insurreição” em defesa da nossa região e os políticos que defendem o Nordeste (com vergonha na cara) devem acompanhar esse grito que é de todos nós.
Ninguém aguenta mais se deparar com tantas caveiras de animais às margens das estradas e nos roçados com a quase totalidade de açudes e barreiros esturricados. O Bolsa Família não é nenhum indutor da economia, da saúde e da educação de nossa gente. Deveria ter sido criado como uma ação emergencial.