Farnésio Silva
Tive o privilégio de viver, conviver e beber da amizade e da poesia bruta e acabada, nas manhãs e tardes, quando embaixo da ainda frondosa mangueira no teu quintal, porém triste como eu, Manuquinha e parceiros a exemplo de João Sereno, trocavam idéias, frases e rimas para novas composições, enquanto eu de camarote aprendia sempre alguma coisa e mim sentiu o dono da cocada preta, quando era perguntado se havia gostado da nova música, acabada de ser composta.
Ainda hoje mim recuso a encarar a realidade e o grande vazio que em mim ficou, de que meu amado amigo Manuquinha, agora compõe para anjos e arcanjos, no lugar em que só aqueles que ainda em vida se reconhecem pequeninos diante da grandeza da obra do criador são levados.
Os últimos anos de Manuquinha entre nós, para quem conviveu como eu, recebendo a atenção de Manuca e de sua eterna musa Lú e filhas, foi na busca do espiritual, o que ficou externado nas suas últimas composições. Mas nos restou muito. Sua obra preservada para as novas gerações, através do MEMORIAL as suas obras no QUINTAL DO POETA, num trabalho carinhosa e criterioso de Lú, sua musa para o todo e sempre
Que saudades de Tú poetinha e daquelas manhãs e tardes de belas frases e sonoras canções.
Continue em paz meu amigo Manuquinha