ACUSADO DE CENTENAS DE ABUSOS SEXUAIS, MÉDIUM JOÃO DE DEUS DORMIU A PRIMEIRO NOITE NA CADEIA

G1

A Polícia Civil disse que João de Deus se apresentou espontaneamente ao delegado-geral, André Fernandes, e ao delegado titular da Deic. Ele estava acompanhado de advogados e ainda não existe decisão sobre o local onde ele ficará detido.A polícia também informou que não foram usadas algemas na operação e que o médium dormiu no Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, nesta primeira noite.

“Na hora em que eu fiquei sabendo, eu me entrego à justiça divina e a Justiça da Terra, que eu prometi, e estou indo agora me entregar, porque eu fiquei sabendo pelo meu advogado que está aqui presente, o doutor Toron”, disse João de Deus à jornalista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S. Paulo”

Ele deu a declaração quando questionado pela jornalista sobre o motivo de estar se entregando neste domingo, e não anteriormente. Logo depois, ele entrou em um carro junto com seu advogado para se entregar.

Advogado de João Deus afirma que médium não sacou R$35 mi

Em entrevista em frente à Deic, para onde João de Deus foi levado, o advogado Alberto Toron afirmou que pretende entrar com o pedido de habeas corpus nesta segunda-feira (17), para “discutir a legalidade da prisão”, e também citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica.

Na ocasião, ele também negou intenção de fuga, disse que os R$ 35 milhões movimentados em contas foram “apenas tirados de aplicações” e declarou desconhecer o teor dos depoimentos das mulheres que denunciaram o médium.

“O senhor João nega essas acusações. Nós, com o tempo, poderemos demonstrar o que aconteceu”, afirmou o defensor. “[Ele deu] Mostras claras de que respeita a Justiça, respeita o judiciário.”

Também em entrevista coletiva no local, o delegado-geral deu detalhes sobre os rumos da investigação. “Ele vai ser ouvido caso por caso. Vai ser um depoimento longo [o do João de Deus], mas a Polícia Civil se preparou para isso. São 15 casos que chegaram até a nós.”

O advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse ao G1 que desconhece qualquer retirada de dinheiro. “Isso é da economia dele. Eu não tenho a menor informação a respeito disso. Nunca perguntei e nunca fui informado”, afirmou.