Operação “Boca de Lobo”: PF começa a coletar depoimento de testemunhas de fraude em Juazeiro


Do G1 BA

A Polícia Federal em Juazeiro, cidade ao norte da Bahia, começa a intimar as pessoas envolvidas no esquema de fraude de licitação de obras de saneamento público que até o momento não foram alvos de mandados de prisão, nesta sexta-feira (6). O objetivo da polícia é coletar mais elementos sobre o crime contra a administração pública que acarretou prejuízo de cerca de R$ 14 milhões aos cofres públicos. As licitações eram referentes a execuções de obras no bairro Itaberaba. 
A polícia informa que os intimados eram usados como “laranjas” e tinham cargos vinculados à gestão pública na época dos fatos investigados, que ocorreram entre 2006 e 2008. As prisões temporárias de algumas das dez pessoas, segundo a polícia, foram pedidas para possibilitar a realização dessas oitivas de testemunhas sem nenhum tipo de influência externa.
Dos dez mandados expedidos pelo menos cinco foram cumpridos na quinta-feira (5). Nesta sexta-feira, mais um homem foi detido em Salvador, sócio da empresa que venceu a licitação. A PF prefere não especificar o número exato para preservar o processo de busca pelos suspeitos.

Entre as pessoas presas, parte atuava ou no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) ou como servidor da prefeitura. Na lista dos já presos, estão o ex-procurador do município, Pedro Cordeiro; Alberto Martins, ex-diretor do Saae e dono da empresa Real Saneamento, que venceu a licitação e executou a obra no município, e Sebastião Azevedo, sócio da empresa. As buscas continuam pelo ex-prefeito Misael Aguilar, que estaria em uma fazenda no município de Barreiras, oeste da Bahia.

Os mandados de prisão que foram cumpridos integraram a operação “Boca de Lobo”, que ocorreu na quinta-feira nas cidades de Juazeiro (BA) e Salvador (BA), Petrolina (PE) e Aracaju (SE). Na ocasião, foram cumpridos ainda os 17 mandados de busca e apreensão previstos.

Busca e apreensão
A PF arrombou a porta da casa do ex-prefeito, que estava fechada, e entrou nas residências de ex-servidores que trabalharam na prefeitura e no Saae entre os anos de 2005 e 2008. No bairro Alto do Alencar, policiais e delegados passaram quatro horas na casa do advogado Pedro Cordeiro, que foi procurador do município na gestão de Misael Aguilar. Em busca de documentos e computadores, a equipe também foi até a Secretaria de Obras, à prefeitura e ao Saae da cidade.

Durante o inquérito, também foram encontrados indícios de fraudes em verbas do PAC 1 e irregularidades em outras licitações envolvendo ex-servidores da prefeitura, do Saae e empresas privadas. A polícia informou ainda que durante a gestão de Misael Aguilar pessoas ligadas à prefeitura teriam sonegado documentos a auditores da Controladoria Geral da União (CGU) que estavam realizando auditoria no município. 

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