Por Júlio Lóssio*
Tenho visto uma intensa discussão acerca da PEC 55, uns a favor, outros, contra. E, como sempre, vamos discutindo muito sobre a legislação e falando pouco das verdadeiras ações que precisamos para melhorar o país.
Vamos deixar de lado por um minuto a discussão acerca do prejuízo que a PEC 55 poderá trazer à Educação e abrir espaço para discutir a nossa realidade atual.
Um dado chama muito a minha atenção. O Brasil é o 15º maior gastador em Educação, contudo, só aparece em 53º de um total de 65 países, quando se trata da qualidade da educação. Isso mostra que existe um grande hiato entre o que pagamos e o que recebemos.
Assim, devemos pensar em uma profunda reestruturação de nosso sistema de educação, cujos pilares acredito que devam ser – primeiro, dar prioridade à educação infantil e ao ensino fundamental com ênfase na Língua Portuguesa e Matemática e, segundo, investir na valorização do professor em sala de aula.
Pode parecer algo estranho a expressão ‘professor em sala de aula’, contudo, a verdade é que temos muitos professores exercendo funções administrativas ou em outros setores do governo, o que reduz o investimento real em nossas crianças.
O Governo Federal precisa declarar a educação como eixo fundamental do desenvolvimento. Ora, se todas as agências do Banco do Brasil são iguais e de boa qualidade do Oiapoque ao Chuí, todas as nossas escolas podem ter um padrão federal de estrutura, funcionamento e matriz curricular básica.
Dito isso, entendo que podemos e devemos começar já, investindo o dinheiro que já dispomos para proporcionar uma educação de qualidade, caso contrário, ficaremos nos embates ideológicos vendo gerações e gerações passarem sem apreender conteúdos que podem transformar a nossa nação.
*Prefeito de Petrolina