Olhando o quadro político de Juazeiro vislumbro um amontoado de emaranhações, dúvidas, intrigas, porquês sem e com. Bastidores saltitando em fofocas para encurralamentos e desabamentos de candidaturas, baixarias nas caladas, leviandades caluniosas na boca da noite e no espichar do dia. Como cidadão e eleitor sinto que posso, posso leitor eleitor sim, adentrar nesses vislumbres e tocar pólvora. Venha cá, meu ilustre, e observe bem os possíveis e os já candidatos ao cargo de prefeito. quem quer mamar ou pensar a cidade?
Sem demagogias nas entrelinhas é importante um mergulho de análise, um por um a cada qual e sem tendências (como é bom inventar concordâncias nessa nossa língua). Ai,ai,ai,ai, agora vai:
ISAAC CARVALHO – Uma administração com boas surpresas. Entre elas nos setores de Educação e Saúde. Fora disso, verbas à vontade e pouco a bem da comunidade e do povo. Politicamente turbulenta, sem transparências e longe dos anseios populares. Tantas alianças terminaram engessando um salto enorme e tome o atraso, a falta de rumo e um retrocesso no que poderia vir a desaguar numa grande mudança. O pagamento de dívidas dos maus logrados gestores anteriores (se é que houve!) é visto de bom grado. De bom mesmo, é ver que não está sendo pior do que os últimos nefastos vinte anos.
Muito pouco para um grande sonho de muitos.
JOSEPH BANDEIRA – Retornar ao poder para que Joseph? Saudades do mictório do palacete Municipal e da poltrona confortável e do cafezinho e dar a ordem centralizadora no comando da cidade e de fazer o que der na cabeça de novo? Já não bastou o não feito feito em oito anos, cara, caramba, cara, caraô? Por que, se pergunte eleitor, em vez disso, Joseph, não aposta no novo, novo modo de pensar, novo modelo de administração de como cuidar de uma cidade e do seu povo. Um choque de gestão. Difícil mesmo é crer que esse “novo” esteja habitado em sua pele, corpo, alma e mente. Esfacelou e esquartejou o seu próprio partido. Apesar do seu populismo auferir votos, caso pensasse humanamente em ajudar a sua terra, bateria o martelo: Fui. Lamentável que não o faça. Também, a mamãe é boa…
ROBERTO CARLOS – Com um mandato de Deputado Estadual que parece sólido para eternizar-se (vê-se pelos imensos votos que teve), sonha mesmo é mudar-se para o Paço Municipal. Costura bem nos meios políticos da situação abocanhando inúmeros cargos públicos e órgãos para nomear parentes e aderentes. Acha-se, agora, com muitas pulgas atrás das orelhas e pedras nos sapatos, envolto que está com descobertas de maracutaias em seu gabinete. Investigado pela Polícia Federal, morgada fica a sua ambição eleitoral. Resta o que bem sabe fazer: vender caro o seu peixe e o do seu partido.
EDSON TANURI – Inovação em quê?! A velha linha burguesa sem paixão popular e sem povão. À espera de definições de apoio a qualquer um e de qualquer banda. Será sempre o plano B ou C de qualquer grupo político. Com ideologia arcaica, herança política dos pais e avós. Ressente-se de não ter dimensão eleitoral. O irmão, Vereador Alex Tanuri, ainda, pelo menos, é um grito forte e esperneante de oposição.
JORGE KHOURY – Elegância, simpatia e educação de um gentleman. Quando Deputado Federal e Secretário Estadual sumiu do mapa e deixou Juazeiro à deriva. Amigos e o direitismo teimam em relança-lo à prefeitura. Como fez uma boa gestão quando prefeito, adoraria voltar. Sabedor que dificilmente ganharia, sua frio em pensar prestar-se à árdua batalha eleitoral. Apertar mãos e batidinhas nas costas não é muito do seu viés. Só entrará na disputa para ganhar. Sabe-se também tão bem, do seu pecado sem perdão que foi ser padrinho político e lançar Misael Aguillar como sucessor. Continua sendo um dos políticos que pensou Juazeiro.
MÁRCIO JANDIR – Um corredor atrás de alianças até agora. Tem um certo medo de se expor e de ser uma veemência oportunista. Não sabe a quem ou se de todos. Mas, é um político já experiente, apesar de jovem e ainda não ter ocupado cargo via urna., É de fácil lida popular junto ao eleitorado. Pode até surpreender, depende da assessoria. Wank Medrado é um grande aliado. Também conta com o Prof. Edi Santana,intelectual e culto na campanha.
PAGANINI NOBRE – Raposa velha da politica juazeirense, ensaia entrar na disputa, porém, quer mesmo é encostar num pau que lhe dê sombra e água fresca. E ainda quem, o ajude a fazer de seu filho novamente um vereador. Também, é claro e como profissional, que o seu jornal ganhe com tudo isso. Esperto politico das antigas, hoje de pouquíssimos votos.
PROF. PAULO OLIVEIRA – Polêmico, ideólogo comunista, socialista e de raiz humanista. Uma aposta diferente com sabedoria politica culta, intelectual e humana. São os seus grandes recursos. Pode surpreender na campanha e dar muito o que falar.
Pronto, eleitor exigente. Posto os prefeituráveis à mesa é inevitável a indaga: Juazeiro merece melhor ou tá bom bom bom? Será magoei…
E agora, acostumemo-nos com os de sempre, ou mudaremos o rumo dessa cidade de uma vez por todas?
Todos os eleitores, mesmo os mais indiferentes , ensaiam por saber dos candidatos o seu passado, presente postura, comportamento, histórico politico, experiência, ideologia, se deve na padaria, o enredo religioso, bebida e fruta preferida e até o time por quem torce. Coloquem isso no liquidificador e a tritura fornece um suprassumo da candidato. Legal, né? Dá até um pouco de veracidade do politico, dando uma ideia do que seja e ou, aparente ser. Só que o mais importante projeto politico para a comunidade no frigir dos ovos, isso é o que vale e o diferencial dos outros candidatos perante o eleitorado. O projeto politico, além de obrigatório, por lei, deveria ser guardado como documento oficial e jurado comprometimento em cartório, sob pena de injúria, falsidade ideológica e propaganda enganosa. Aos olhos de crime de punição exemplar. A ferro e fogos, pós eleição ganha. O bicho, ai, que vai pegar. Mas, sonha macaco, sonha…
Uma cidade tem que ser cuidada a partir de seu patrimônio maior: O POVO. Um povo tratado como gente, com moradia decente, saúde, trabalho, educação, segurança, esporte, cultura e lazer. Toda grande gestão é calcada nisso. Afora isso, uma infraestrutura satisfatória que vai do saneamento básico aos hospitais, transporte público, limpeza urbana, meio-ambiente, escolas, uma cidade onde se pode morar e se ter orgulho .
Quer mais leitor eleitor sonhador? O cidadão livre cumprindo o dever de fiscalizar, cobrar, sentir-se útil e colaborador do sucesso administrativo do seu prefeito, seus vereadores e complacências. Bonito. Bonito e possível. Pura cidade e pura cidadania.
Pergunto e a pergunta, responda honesto leitor ou cale-se, é a mais importante do texto: tem, e quem o tem, um PROJETO POLITICO de tal envergadura entre os candidatos postos à mesa? Confiar a cidade a quem, eleitor?
Não se vê, amiguinhos, onde estão os PROJETOS POLÍTICOS de quase todos os candidatos. Somente a busca de votos,alianças. , adesivos, batidas nas costas, sorrisos marotos e promessas. A meta é só o poder, subir ao pódio. Brigam dentro do seu próprio partido, com os outros, criam novas armas de massacres aos adversários. O povo? Apenas, para a maioria dos candidatos, continua sendo uma massa anacéfala de manobra.
Juazeiro chora. Agoniza. Como um gato gemendo no porão. Também não é mole, não. Como essa cidade tão coração e alegria
aguenta tanto estrupício politico. Bela cidade, cidade bela, com horríveis, exceções raras e de muito orgulho, políticos.
Eita, fui inté bonzinho. Logo mim…
Juazeiro exige já uma plataforma politica, um plano politico diretor e todo PROJETO POLITICO de cada candidato. Posto em público pela mídia e em seminários, assembleias, carros de som, para o cidadão analisar, criticar, elogiar ou lascar o pau.
Combinado, candidatos ou pré, ISAAC CARVALHO, JOSEPH BANDEIRA, PROF. PAULÃO, MÁRCIO JANDIR, JORGE KHOURY, ROBERTO CARLOS, PAGANINI NOBRE, MESSIAS APARECIDO, DALMIR PEDRA E OS DEMAIS?!?
Ah, Caetano Veloso ensinou: A mim me bastava, seja lá quem for o Benedito, que o prefeito desse um jeito em Juazeiro da Bahia Esse feito afetaria toda a gente da terra.
Se não… ai, ai, ai, ai, Helena. Eu vou, mas tenho pena. Pena de dá dó.
OTONIEL GONDIM – Professor, escritor e compositor.