LEITOR ESCREVE ARTIGO EM PRETO E BRANCO DA NOSSA CIDADE, OITO ANOS DEPOIS

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Recentemente a imprensa com destaque noticiou um convite da centenária Associação Comercial da Bahia a Prefeitura de Juazeiro para apresentar as nossas potencialidades ao empresariado soteropolitano.
Num primeiro olhar reconhecemos tratar-se de uma oportunidade ímpar para promover e divulgar a nossa cidade como um polo importante de desenvolvimento no Estado e tentar nesse momento de crise atrair novos prováveis investidores.
A nossa alegria e otimismo se esgota quando nos debruçamos com a nossa triste realidade e numa forma simples de traduzir essa nossa preocupação não seria impertinente fazermos uma analogia ao comportamento de uma dona de casa quando  surpreendida por visitas inesperadas, está com a sua residência virada de cabeça para baixo, totalmente suja e desarrumada.
blogqsp-Juá Garden Shopping-lamaLeitores amigos, vejamos se tenho razão e para tanto os convido para fazermos um passeio pela JUAZEIRO DA MUDANÇA oito anos após acreditarmos nas propostas de um empresário até então aparentemente bem sucedido que se escondia por trás da caricatura de um falso aboiador, ainda sem gibão e chapéu de couro; se chegarmos a Juazeiro pela BR 407 somos inicialmente surpreendidos por uma imponente edificação que pelo formato arquitetônico logo nos remete a um SHOPPING CENTER prestes a ser inaugurado, a primeira boa impressão fica por aí.
Se tiver chovido nesse dia veremos a imponente construção ilhada e o que fica evidente é que  houve erro de engenharia na sua implantação erguendo-o numa cota inferior as principais vias de acesso ou é a natural falta de infraestrutura de drenagem em toda área do seu entorno. Seguimos em frente, já na segunda rotatória imaginamos estar diante de um condomínio favelizado e aí se estendermos as nossas curiosidades além dos muros sem rebocos, do gradil enferrujado e retorcido logo perceberemos  tratar-se de um mercado, um entreposto de comercialização de frutas e outros produtos agrícolas.
Mesmo decepcionados com o visual sabemos que graças a pujança da nossa atividade agrícola, em meio aquele ambiente degradado, sujo e malcheiroso funciona um dos maiores centros de abastecimento hortifrutícolas do Brasil, o nosso MERCADO DO PRODUTOR  e que apesar de movimentar milhões de reais em negócios, as taxas e tributos ali recolhidas fazem parte dos muitos negócios sombrios e mal explicados da municipalidade.

 

blogqsp-Estação da leste antigo......
Se as promessas desses últimos oito anos fossem verdadeiras há pelo menos dois quilômetros estaríamos trafegando pelo sonhado ANEL VIÁRIO. Para continuarmos em direção ao centro da cidade é necessário contornarmos a terceira rotatória, defronte o Batalhão da Polícia Militar com sua “meia fachada” pois a outra metade foi “roubada” para encaixotar uma UPA, aquela obra mal localizada  nos faz pensar que o planejamento inexiste e a impressão é de que o município não disporia de outras áreas para edificar tão importante equipamento. Voltamos ao passeio e precisamos decidir entre seguir em frente em direção ao desalinhado bairro do ALTO DO CRUZEIRO e podermos admirar as fachadas das muitas empresas que projetaram o atual alcaide e que apesar de todos os bons indicadores econômicos propagandeado pelo seu governo foram fechadas e a maioria dos seus ex-empregados, colaboradores e parentes viraram agentes públicos em todas as esferas da administração e até prefeiturável ou seguir por outra via paralela em direção ao bairro de Piranga. Qualquer que seja o caminho temos a certeza que veremos uma paisagem única de muitos buracos, lama, lixo,mato e falta de iluminação.
blogqsp-Prédios da franave orla  2 ..
A PRAÇA DA MISERICÓRDIA e o seu belo CORETO  que no passado já serviu de palanque para comícios de presidenciáveis da república e até para programas de calouros mantém aos seus pés um depósito oficial de mosquitos transmissores do “zika vírus”. A sua volta, salvam-se as decanas árvores frondosas oferecendo sombra a uma estrutura decadente e suja.
Ao descermos o beco do HOTEL VITÓRIA sentimos saudades do CACHORRO QUENTE DE ASSIS e do pão quentinho da FLOR DE JUAZEIRO. Esgueirando-se para nos livrarmos dos comentários da famosa barbearia entre carros, motos, bicicletas e transeuntes chegamos ao ESTÁDIO ADAUTO MORAES  que em reformas faz o time profissional da JUAZEIRENSE perder o seu mando de campo e longe da sua torcida disputar as diversas competições em outras cidades, inclusive na vizinha Petrolina.
blogqsp-Hotel Vitória
Ao lado do estádio, perdido entre pequenos comércios temos dificuldades em encontrar os portais do mais centro de abastecimento popular o velho MERCADO JOCA DE SOUZA OLIVEIRA. Ao entrarmos ficamos em dúvidas se realmente é ali que parte da nossa população é abastecida com gêneros de primeira necessidade ou se estamos num pardieiro, imundo, fedorento, insalubre, sem infraestrutura qualquer e um acinte a saúde pública. Nesses oito anos as notas oficiais e reportagens anunciando a sua reforma dariam para fazer um jornal e comprovadamente temos que aceitar que esse é mais um item do rosário da enganação.
 
Enfim, lá vamos nós e assim chegamos a antiga FRANAVE onde encontramos o VAPORZINHO repousando junto a um muro de pedras que mais parece uma lápide sem epitáfio e antes de esticarmos os olhares  sobre o casario abandonado das antigas oficinas nos deparamos com um QUARTEL da PM, instalado no prédio onde funcionava a administração e que pelo muro aramado mais parece uma fortificação a espera de não permitir uma invasão dos “inimigos” petrolinenses. Voltando as antigas oficinas percebemos que uma placa anuncia mais um crime em uma cidade que cresce sem planejamento, está anunciado que vão construir um FÓRUM no terreno ao fundo onde deveríamos ter exclusivamente equipamentos de lazer voltados para uma população que somente desfruta de pouco mais de um quilômetro da sua orla fluvial. O anunciado e decantado  PÓLO GASTRONÔMICO como equipamento de revitalização e consolidação da chamada ORLA 2 está no rol das falácias e das promessas vans. No final da rua o GRANDE HOTEL debruçado sobre o rio resiste ao tempo, o seu acesso pela Rua José Petitinga em nada deve as estradas carroçais do interior e é um triste cartão postal ao que nos visitam, uma quadra e um campo de futebol em ruínas, lembranças do JUAZEIRO VERDE e a PRAINHA DA COMINAG favelizada que sob os olhares de uma unidade da PM promove a venda de drogas baratas, comidas e bebidas em desacordo a todas as normas de segurança e saúde pública.
blogqsp-Prédio Césab Orla
Voltamos a VELHA ORLA e além da saudade da balaustrada criminosamente demolida vimos um conjunto de bares feios e mal cuidados (existem exceções), a margem maltratada, o famoso bairro do ANGARÍ sem seus pescadores e lavadeiras sendo engolido por uma favela marginal a beira rio e que ironicamente serve de desaforo aos organismos competentes que pelos motivos ambientais alegados fecharam e mataram a partir de uma ilha que não era ilha o melhor clube de campo da cidade, o COUNTRY CLUBE. No meio do percurso vimos que o imponente SÃO TIAGO MAIOR que de costas para o rio repousa numa das muitas praças abandonadas e empresta o seu testemunho ao tradicional “Woodstock Tupiniquim” dos finais de semana.
A Praça da Bandeira ainda preserva os seus centenários oitizeiros oferecendo sombra a um espaço que trocou o verde dos canteiros por cimento e brinquedos de concreto sem qualquer uso há quase trinta anos. Para não dizer que não falamos de flores o nosso Bispo Diocesano nos presenteou com uma bela repaginação da nossa CATEDRAL e a urbanização do seu entorno o que faz por merecer o nome de SANTUÁRIO DA NOSSA SANTA PADROEIRA, NOSSA SENHORA DAS GROTAS.
Atravessamos tristes a Rua da 28 que leva o nome de um dos símbolos da nossa vida sociocultural do passado e em ruínas vimos A VELHA RAPARIGA aos pedaços  na certeza de que os pássaros não gorjeiam mais por lá. Adiante a saudosa FONTE LUMINOSA e as lembranças do burburinho da PRIMAVERA e a KI-SABOR que eles até tentaram reeditar mas lhes faltaram a essência  maior, o espírito e o conhecimento das nossas verdadeiras tradições.
A Rua D’APOLO sem o CINE SÃO FRANCISCO e suas lojas com as  fachadas modificadas preserva a imponente SOCIEDADE APOLO JUAZEIRENSE e sua lindeza arquitetônica mas, ao contrário da Sociedade 21 de Setembro que na vizinha cidade promove ainda os seus bailes numa área nobre habitada tanto horizontalmente como verticalmente, está de portas cerradas, impedida de funcionar porque aqui, para algumas coisas indevidas, o rigor da lei está acima de todos os limites da razoabilidade e compreensão de nós cidadãos. O  apaixonante refrão cantado a plenos pulmões por seus frequentadores e associados nos antigos carnavais “NÃO HÁ QUEM VENÇA DEUS APLOLO…” não foi suficiente para livra-la dessa punição.
Soubemos que um empresário “presenteou-nos” com o calçadão e urbanização das RUAS CONSELHEIRO SARAIVA e a PRAÇA CORDEIRO DE MIRANDA em contrapartida de outros interesses seus. Faz parte do jogo, é nossa terra experimentando o resultado das PPP (parceria pública privada) e talvez uma alternativa para essa gestão que não têm uma obra municipal significativa para mostrar, apesar de todas as sextas-feiras sermos iludidos com a inauguração de uma “cacimba” na zona rural ou de alguns “splits” nas escolas municipais, diga-se muito pouco para quem arrecada e recebe de transferências milhões de reais.
Ao passarmos pela SANTA CASA DE MISERICÓRDIA onde diversas gerações de bons juazeirenses vieram ao mundo e virmos o prédio reformado da os nossos corações sangram pois sabemos que ambos agonizam esperando a batida impiedosa do martelo de um leiloeiro oficial. Esse é mais um patrimônio de valor sentimental incalculável que prestes a desaparecer não despertou qualquer atitude dos nossos governantes. A SOCIEDADE DOS ARTÍFICES sobrevive talvez por respeito ou medo do espírito do saudoso SAMUEL NASCIMENTO.
Escolhemos a segunda opção e logo à frente veremos uma velha cobertura metálica que já com quase quarenta anos de uso ainda é o nosso TERMINAL RODOVIÁRIO INTERESTADUAL e eis um pouco  mais adiante o centenário bairro de Piranga.
Uma grande área cortada por velhos trilhos, dois antigos prédios depedrados que em dois momentos do passado foram estações ferroviárias chamam a atenção, talvez a  aparência daquele descampado fosse outra se alí o Prefeito tivesse realizado a sua primeira grande obra federal, a PRAÇA DA JUVENTUDE, o que não passou da primeira de muitas promessas não concretizadas e até os dias de hoje permanece no rol da enganação.
Se a vontade for passear pelo bairro veremos uma avenida recém pavimentada, a GIUSEPPE MUCCINI e logo perceberemos que fomos novamente enganados, as ruas transversais e paralelas seguem o modelo padrão da administração comunista, o triunvirato buracos, lixo e lama. Se a intenção é praticamos um “off road” è seguirmos adiante e veremos que o asfalto novo da citada avenida irá entroncar com uma estrada de terra intransitável  e qual não será a surpresa ao sabermos que alí, há anos deveria está pavimentada , infraestruturada e iluminada a AVENIDA SALITRE. Essa obra com recursos do Governo Federal através de uma emenda parlamentar e sob a responsabilidade da CODEVASF foi totalmente paga, a empresa não executou, evadiu-se, nenhuma providência foi adotada e o silêncio conivente das autoridades envolvidas mantém sepultado mais esse sonho do nosso povo. É melhor voltarmos pois a rodovia estadual que nos levaria ao Balneário do Rodeadouro está esburacada porém vale lembrar que logo alí um pouco mais a frente repousa o esqueleto do nosso PORTO FLUVIAL aguardando a HIDROVIA DO SÃO FRANCISCO e as obras infra estruturantes que lhe possibilitem operar como um terminal multimodal. É bom ressaltar que nesses dois mandatos esse tema de relevância para a economia do Estado e de todo o Vale não fez parte da agenda desenvolvimentista dos habitantes do paço municipal.
Seguimos o nosso trajeto em direção ao rio e decidimos contornar para cumprimentar o velho governador Lomanto Júnior e desfrutar o engarrafamento da Av. Adolfo Viana numa prova evidente que a questão da MOBILIDADE URBANA já é um sério problema para uma cidade sem grandes avenidas e ruas estreitas, eis um momento de descanso dos buracos e por alguns metros o velho centro com a mesma cara dos anos 60.
Antes de chegar a orla antiga viramos a direita e seguimos em direção ao antigo Horto da FAMESF, o JUAZEIRO VELHO e o CURTUME CAMPÊLO.  Nada mudou a não ser os portões cerrados do majestoso curtume que por muitos anos empregou milhares de país de famílias juazeirenses e nos orgulhava por ser um dos maiores no seu segmento no Nordeste, com escritórios até na Europa e Ásia. Justamente a cidade que foi anunciada por meses a fio em 2015 na propaganda da enganação como a CAPITAL DO EMPREGO viu a sua segunda maior empresa industrial ser desativada sem que os seus governantes emprestassem qualquer preocupação e adotasse qualquer providência impedindo a arrendatário JBS de cometer esse crime.
Seguimos pela famosa Rua do Paraíso e percebemos o busto do folclórico  ex-prefeito Arnaldo Vieira escondido em meio ao mato e logo estamos entre os buracos que enfeitam as portas da UNIVASF, HOSPITAL UNIMED e o SAAE onde habita um neo juazeirense, egresso do espólio funcional do número um e que para atender ao projeto político empresarial do grupo dominante sonha com a Prefeitura. Não deixa de ser uma mostra grátis do pesadelo que nos espera se esse sonho for concretizado.
A UNIVASF é o símbolo da nossa última grande conquista, um troféu do final do século passado e palco das últimas edições da FENAGRI, o maior evento de fruticultura irrigada do Brasil  que sempre projetou Juazeiro e a região. Apesar da CODEVASF e de outros organismos públicos e privados afirmarem que esses últimos dois anos representaram  os  melhores resultados  para os nossos agricultores pelas altas produtividades e pelos preços turbinados em função da valorização das moedas estrangeiras, eles resolveram matar a FENAGRI e por incompetência, sequer articularam junto aos tradicionais parceiros públicos e privados a sua realização. Sepultaram o maior e melhor produto de promoção e atração de investimentos para a nossa matriz econômica, a fruticultura irrigada.
Depois de relembrar com saudades os bons tempos do antigo Colégio Rui Barbosa estamos contornando o muro do SÃO FRANCISCO COUNTRY CLUBE que criminosamente foi subtraído da povo juazeirense sob um manto de mistério que faria corar a máfia napolitana e tão somente para atender aos absurdos do que podemos apelidar de tribunal de inquisição do trabalho.
O SÃO FRANCISCO COUNTRY CLUBE, a SOCIEDADE 28 DE SETEMBRO, o CLUBE DE CAMPO DA A’POLO e agora a centenária SANTA CASA DE MISERICÓRDIA constituem-se em bens materiais e de valor imaterial que foram edificados com o suor de legítimos juazeirenses e sucumbiram a esperteza e desonestidade de alguns poucos que prosperam numa cidade sem comando e qualquer comprometimento com a sua história.
O nosso passeio poderia prosseguir por mais algumas centenas de metros mas irmos até os bairros da PEDRA DO LORD e o QUIDÉ  não nos mostraria uma paisagem diferente de uma periferia pobre e abandonada idêntica a que poderemos observar também para os lados da ITABERABA e do SÃO GERALDO com os seus intermináveis buracos, lixo, lama, escuridão e muriçocas.
Finalizando esse périplo tentaremos fazer um caminho contrário e aí nos imaginamos desembarcando no aeroporto de Petrolina e seguindo rumo a Juazeiro. Impossível fazer essa primeira parte do percurso e não sentir-se trafegando numa cidade desenvolvida  e bem cuidada, ao subir a ponte duplicada logo vimos os reflexos da seca que enfrentamos e a maior crise hídrica de todos os tempos que fazem emergir as centenas de pedras no leito do belo e explorado VELHO CHICO porém, sem diminuir em nada a sua beleza. Que bom seria se pudéssemos prosseguir contemplando apenas a paisagem que o rio nos proporciona  mas a incompetência dos nossos governantes nos obrigam a mantermos a atenção do olhar pois as nossas opções de chegar a terra de JOÃO GILBERTO, IVETE SANGALO, DANIEL ALVES, GALVÃO, LUÍS PEREIRA e tantos outros juazeirenses ilustres são bastantes “estreitas” e como alternativa nos sobram trafegar pelo “PALITO DE PICOLÉ” ou arriscar-se numa MINI RAMPA com a aparência de uma montanha russa comum nos parques de diversões de quinta categoria ou será um corredor no curral de uma terra governada por uma falsa cópia de vaqueiro?
Passamos o ano de 2015 convivendo com mais uma das tantas propagandas mentirosas e baseado em dados pontuais alardeavam que éramos uma das cidades que mais empregavam no Brasil e no momento que o Governo Federal consolidou o relatório anual do CAGED para nossa tristeza aparecemos como o MUNICÍPIO CAMPEÃO DO DESEMPREGO no interior da Bahia. Os mais de 1.800 novos desempregados representaram quase 7% do efetivo de aproximadamente 30.000 empregados formais do início do ano. A média nacional de desemprego ficou em 5% e Petrolina apesar do seu Estado ser o líder regional do desemprego perdeu pouco mais de 1,5% do seu efetivo de 60.000 trabalhadores de carteira assinada. Vale ressaltar que os nossos vizinhos têm o dobro de empresas formais.  Apesar da nossa população ser menor os nossos indicadores econômicos apresentam diferenças geométricas e a cada dia nos distanciamos daquela que foi no passado chamada de PASSAGEM DE JUAZEIRO.
A nossa matriz econômica é idêntica onde a agricultura irrigada e a fruticultura são os nossos pilares do setor primário, no setor secundário a AGROVALE nos dá a supremacia ante o parque industrial petrolinense e por falta de uma boa infraestrutura urbana perdemos feio no terceiro e quarto setor, ressalvando-se o comércio atacadista onde as lojas das grandes redes multinacionais trazem alento a nossa economia.
O Sr. Prefeito precisa vir a público esclarecer o porque de tanta discrepância e sem muito esforço podemos ajuda-lo nas suas explicações. É público e notório a grande quantidade de juazeirenses que investem, trabalham e geram riquezas do outro lado do rio e não poucos os que trabalham e ganham em Juazeiro e moram e gastam em Petrolina. Nessa triste realidade não escapa nem os mais fiéis colaboradores da administração municipal que forçadamente tiveram que produzir temporários domicílios eleitoral com o ousado objetivo de um deles tornar-se principal mandatário dos nossos destinos à partir de 2017.
Com uma cenário tão catastrófico mas real e indicadores que nos deixam fragilizados como outrora CIDADE POLO do Vale do São Francisco o que nos encheria de otimismo nessa investida da nossa Prefeitura nos salões da mais antiga entidade empresarial do Brasil, a ACB? Acreditamos que nada, diante de uma platéia de pessoas bem informadas e que vivem num mundo de comunicação globalizada basta tão somente um “clic” para eles se depararem com duas cidades  num ambiente igual mas com características bem distintas e decidir onde investir. Com certeza se fizerem os mesmos caminhos do nosso passeio ou atravessarão a ponte ou lá mesmo ficarão
Antes de sonharmos em “vender” as nossas potencialidades precisamos fazer o dever de casa, recuperar a nossa auto estima e promover uma verdadeira transformação política e administrativa devolvendo a cidade aos legítimos juazeirenses e entregando os seus destinos a pessoas honestas, competentes e comprometidas com o seu povo, sua história e suas tradições.
Como já não há praticamente o que ver é melhor aceitarmos um  conselho e após sentir um friozinho na barriga ao “mergulhar” no arco da ponte, virar a direita e logo subir a outra rampinha ao lado do Banco do Brasil e retornarmos a orla de Petrolina, para observarmos convictamente, que de lá Juazeiro é enganosamente mais bonita.
Ao concluir o nosso passeio, despidos das paixões e sentimentos piegas, sem possibilidades ufanistas de maquiar uma realidade perversa que lamentavelmente nos é imposta a cada dia e sem sombras de dúvidas corroborada pela parcimônia e submissão de nós cidadãos temos que admitir, ou promovemos uma grande transformação política e administrativa ou definitivamente sucumbiremos aos indicadores de uma cidade pobre e subdesenvolvida.
Em 2009 o nosso PIB era de pouco mais de 1,7 BILHÕES DE REAIS e Petrolina 2,3 BILHÕES DE REAIS segundo o IBGE, decorridos sete anos o PIB juazeirense não atingiu a casa dos 3 BILHÕES DE REAIS e a vizinha cidade mais do que dobrou e já ultrapassou a casa dos 5 BILHÕES DE REAIS. A população de Juazeiro é de 218 mil habitantes e representamos 65% dos 332 mil habitantes de Petrolina. A nossa RENDA PER CAPTA de pouco mais de 12 MIL REAIS é 20% menor do que os 15 MIL REAIS dos petrolinenses. O nosso PIB nos remete ao 289º no ranking nacional e 14° no ranking estadual. Petrolina é o 6° município de Pernambuco e ocupa o 174° dentre os municípios brasileiros, para piorar o nosso IDHH é menor que o do nosso vizinho pernambucano.

Marizalda Alves/Cidadã Juazeirense e de olho na política de Juazeiro

 

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