Vereador tal, ausente!

 

Com ausência de vereadores, sessão da câmara de Juazeiro foi relâmpago 

 

Na escola, quando faltávamos, o professor punha falta. De vez em quando, alguns estudantes justificavam sua ausência através de bilhete assinado pelos pais ou por meio de telefonema para a direção. A falta injustificada sempre fora motivo de deixar estudantes em maus lençóis com os professores. No entanto, alguns de nós vamos crescendo e se esquecendo dessas lições simples. Hoje, na Casa Aprígio Duarte Filho, algumas pessoas que esperavam o início da sessão se sentiram no lugar do professor, com a vontade de por falta nos ausentes.

Com a presença de apenas cinco dos 13 vereadores, a sessão desta quarta feira foi marcada pelo vazio do plenário. Pelo visto, os edis têm preocupações mais relevantes. Como não poderia deixar de ser, em época de pré-campanha, as energias são canalizadas para angariar apoio e manter a cadeira na Casa. Faça-se justiça, o único que justificou a ausência foi José Carlos Medeiros, ausência esta por motivo de saúde da filha pequena. O restante não enviou nenhum bilhetinho, nem uma satisfação. As pessoas do público saíram resmungando, alguém disse “isso é uma falta de respeito”, palavras atravessar sem encontrar ressonância a quem foram dirigidas.

Neste dia 18/04, era bem melhor que os aparelhos eletrônicos não tivessem sido ligados. Poupado energia e dinheiro do contribuinte. O tempo da sessão foi tão curto que causou riso misturado a indignação. Quem esperava algum projeto em votação, algum debate, reclamações, avaliações, teve que ouvir apenas a leitura da ata da sessão anterior e a palavra de encerramento. Talvez, alguns dos edis vão justificar posteriormente e alegará motivos vários, e dirão que todos são legítimos. Outros nem darão trela. Ficará o dito pelo não dito.

Por fim, o que se pode dizer é que os vereadores ausentes mereciam ter a falta marcada na folha de presença, o ponto cortado e o desconto no salário no fim do mês. Infelizmente, as mordomias parlamentares permitem comportamentos displicentes.


Laércio Lima     

 

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