Bahia poderá gerar milhares de empregos com a autossuficiência na produção de carnes de frangos e suínos
(SÃO PAULO-SP) – A maior vitrine da avicultura e suinocultura do continente, o AveSui 2012, que reúne até quarta-feira (4), profissionais, criadores e empresários, no pavilhão
amarelo do ExpoCenter Norte, em São Paulo, é considerado pelo governo baiano a porta de entrada para atrair investimentos para o setor. Caso os objetivos traçados pela Secretaria da Agricultura para alcançar a autossuficiência consigam ser efetivados, isto é, novas empresas se instalem ou os parques existentes sejam ampliados, nos próximos três anos, o Estado poderá dobrar o número de empregos nestas cadeias produtivas, entre diretos e indiretos.
Durante a abertura oficial da maior feira latino-americana da indústria de aves, ovos e suínos, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, acompanhado do superintendente de Atração de Investimentos da Seagri, Jairo Vaz, participou de reuniões, no único estande de governo instalado no evento, com diversas empresas, presidentes das Associações de Avicultura e Suinocultura, além de conversar com o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, também presidente da União Brasileira Produtores e Exportadores de Frangos (Ubabef), sobre captação de novos negócios para a Bahia.
“Na opinião de Turra, as conversas foram bastante proveitosas e em breve poderemos ter boas notícias para este segmento no Estado”, garantiu Salles.
De iniciativa do governo, através da Secretaria da Agricultura, o estande do maior produtor e exportador de grãos do Norte e Nordeste, irá divulgar, até quarta-feira (4), as oportunidades de negócios, o potencial em grãos, principalmente nas regiões Oeste e Nordeste do Estado, além de evidenciar os avanços na logística para escoamento da produção, inclusive ao longo da Ferrovia de
Integração Oeste-Leste (Fiol) e Porto Sul.
Salles considera que, apesar dos progressos para estruturar as cadeias de aves e suínos, a exemplo da inauguração de uma grande empresa do setor avícola no Oeste baiano, podendo chegar a
2,5 mil empregos diretos; o lançamento de duas pequenas aviculturas na região de Feira de Santana, e a ampliação de uma grande empresa do setor também no ultimo ano, “nós só produzimos 50% da carne de frango, 30% da carne de suínos e 30% dos ovos que a população do estado consome. Ou seja, nós somos importadores de estados que pouco ou nenhum grão de milho e soja produzem”.
Com a intenção de verticalizar as cadeias produtivas e gerar mais empregos, a Seagri vem se esforçando para trazer grandes eventos nacionais e internacionais. Depois de sediar, no ano passado, o Congresso Brasileiro de Suinocultura, é a vez da Bahia receber o maior evento da avicultura mundial, o XXIV World´s Poultry Congress (24º Congresso Mundial de Avicultura – WPC), que acontece de 5 a 9 de agosto, no Centro de Convenções de Salvador. O congresso deverá trazer a Salvador mais de quatro mil participantes de mais de 100 países, que terão a chance de conhecer in loco as oportunidades de investimentos.
Eduardo Salles disse que o governo irá pleitear também a realização do AveSui 2014. Para se ter uma ideia do potencial do encontro, tradicionalmente no Eixo Sul-Sudeste, na edição de 2011 foi movimentado cerca de R$ 400 milhões.
O secretário afirmou ainda que para a Bahia ser autossuficiente na produção de frango, suínos e ovos é necessário aliar difusão de tecnologia e atrair investimentos, buscando como meta a agroindustrialização. “Produzimos anualmente, em média, 2,28 milhões de toneladas de milho e 3,63 milhões de toneladas de soja, insumos básicos para a produção de frangos e suínos, “mas não conseguimos transformar estes grãos em proteína animal”.
A coordenadora do AveSui Andrea Gessulli destacou a importância da feira, lembrando que a carne de frango é a principal proteína animal consumida pelo brasileiro e a carne suína, cada vez mais, ganha espaço no mercado interno e também no internacional. Ela ressaltou ainda que “a feira proporciona maior interação e amplia ainda mais as oportunidades de negócio e troca de informações entre produtores e expositores”, concluiu.
Na Bahia, o consumo de carne suína foi de 2,5 quilos per capita. O Estado importa 70% da carne suína consumida e a produção gira em torno de dois milhões de cabeças. Em recente levantamento realizado pela Associação Baiana Suinocultura, baseado principalmente pela comercialização de insumos, o Estado precisa deixar de importar carne suína. “Ainda compramos animal processado. Precisamos absorver a produção e nos tornar competitivos”, disse o presidente da Associação Baiana de Suinocultura, Marcelo Plácido. Ele lembrou da recente abertura de mercado para a China como um dos pilares para o desenvolvimento do setor.Para o presidente da Associação Baiana de Avicultura, Dário Mascarenhas, a realização da décima terceira edição do AveSui e, este ano, do Congresso Mundial em Salvador, vai possibilitar que os empresários conheçam de perto o potencial da avicultura e suinocultura do Estado, além de favorecer os segmentos com a discussão de temas relacionados a manejo, nutrição, sanidade, genética, bem-estar animal e outros.
Com informações da SEAGRI