Ogum, no sincretismo religioso conhecido como São Jorge, São Sebastião e até mesmo em algumas regiões, como Santo Antônio, é o orixá guerreiro. “É nosso protetor na guerra do dia-a-dia para defender o pão, nos guardar das violências e dos ataques”, explica Pai Ricardo, da Casa Pai Jacob do Oriente. “Ogum foi essencial para nos fortalecer nas nossas resistências nestes últimos anos de retrocessos”, completa.

Por causa das violências e perseguições aos cultos de fé de matriz africana ao longo da nossa história, as entidades, celebrações e manifestações religiosas foram incorporadas às práticas do cristianismo. E por isso, com o sincretismo, a data de celebração à Ogum é convencionada no dia de comemoração à São Jorge, 23 de abril.

Para Makota Celinha Ogum é “Patrono do Desenvolvimento”

As características de guerreiro, lutador e defensor da justiça e da ordem são marcas registradas do orixá, mas Ogum também é quem cuida do progresso e das tecnologias. “Se avançamos da carroça para o trem, do serrote para a serra elétrica, do caderno para o computador, temos que agradecer a Ogum”, esclarece Pai Ricardo.

Por essas qualidades, Makota Celinha Gonçalves intitula o orixá como “Patrono do Desenvolvimento” e explica que Ogum é fundamental também para a preservação, resistência e manutenção da cultura afro-brasileira. “Sincretizado no catolicismo ou não, Ogum é essencial para alimentar a fé de todas e todos que tem nele um protetor. Ogum é um Pai maravilhoso a quem nos entregamos sem medo, pois ele nunca abandona os seus”, declara.