Kuman e Retchio, pois é: parar para abrir caminhos. Duas palavras, expressões do Taekwondo, que expressam bem o momento de um campeão juazeirense que resolveu, depois de anos de dedicação e muito treinamento, deixar os tatames para investir na carreira de técnico. Genivon Carvalho é chamado de Kiósá-Nim, um senhor professor da arte marcial, que diariamente repassa para seus aprendizes toda a experiência que acumulou durante anos, quando foi vice-campeão brasileiro de Taekwondo, várias vezes campeão baiano, campeão paulista, entre outros títulos que capitalizou nas competições financiadas pelo próprio atleta.
Para ele, capitalizar só títulos, já que falta o incentivo para o desporte no município. O esporte Taekwondo que em poucas palavras trata-se de uma arte de defesa pessoal através da qual uma pessoa pode se proteger contra atacantes com as mãos, punhos ou pés, tem um sentido ainda maior para Genivon, porque, assim como ele, a nova geração de atletas campões de Juazeiro, também terão que enfrentar os mesmos desafios com a falta de incentivo e de patrocínio. “Se dependesse de ajuda eu não teria ganhado nem se quer uma disputa”, conta, acrescentando que há uma vantagem para essa nova linhagem de lutadores. “Parei de competir como atleta, mas não de lutar por aqueles que veem no esporte uma oportunidade”.
Agora como técnico Genivon está disposto a buscar mecanismos para impedir que os alunos desistam, e já está com sua primeira viagem marcada, como técnico, para acompanhar oito atletas da região na disputa do Campeonato Baiano de Taekwondo, que acontecerá em Salvador este final de semana. O baianão de Taekwondo é uma classificatória para o Campeonato Brasileiro que está previsto para acontecer ainda este ano no mês de dezembro. “A esperança é que todos tragam medalhas”, torce.
Quatro dos oitos competidores são do município de Casa Nova. Professor Robertinho, Alonso Carvalho, Erick Douglas e Márcio Roberto, disputarão nas categorias máster, adulto, juvenil e infantil, respectivamente. “Todos eles contam com o apoio da Prefeitura de Casa Nova”, cita Genivon. Já os de Juazeiro não tiveram a mesma sorte, mas mantêm o espírito esportivo e garantem que vão defender o pódio. “Valclécio e Bruno são grandes promessas a medalhas de campeões”. Genivon conta ainda, que recebeu uma ajuda, “tímida”, mas foi a primeira em anos de prática do esporte. “Nos cederam um carro que transportará os atletas juazeirenses, mas o resto das despesas ficarão por nossa conta, desde as inscrições até a nossa estadia durante a competição”,frisa.
Ele não desanima é vê na sua nova função como técnico a oportunidade de levantar a bandeira e formar novos e bons atletas. “A esperança é a última que morre e é com títulos que vamos mostrar que merecemos o olhar da sociedade e do poder público”, promete.
Por Mônia Ramos
Diário da Região