VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS DE MAIS DE 600 MIL ANOS SÃO ENCONTRADOS EM RAJADA

ILUSTRAÇÃO
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Vestígios de comunidades pré-históricas foram encontrados há cerca de 40 quilômetros da sede de Petrolina, mais precisamente no distrito de Rajada, sertão do Estado. Lá, no Açude das Pedras, inscrições rupestres que podem ser datadas em mais de 600 mil anos, encontram-se misturadas ao cenário intrigante da caatinga. São imagens que podem remontar à descrição do cotidiano dos antigos povos, a respeito de suas tradições, religiões, relações com a natureza.

“Fotos do local foram encaminhadas para dois professores universitários- um arqueólogo e um geólogo- para que eles pudessem avaliar o material encontrado em Rajada. Os dois pareceres técnicos foram extremamente positivos. Sem dúvida alguma, o Açude das Pedras de Rajada vai se constituir em uma importante fonte de pesquisa para a comunidade científica, bem como mais um ponto de atração turística de nossa região”, avalia o secretário Executivo de Turismo de Petrolina, Iuric Pires.

De acordo com informações do professor Fabricio Caxito, do departamento de Geologia da Universidade Federal de Minas Gerais, “as pedras do açude tratam-se de granitos datados de 600 milhões de anos, muito semelhantes a granitos que atualmente ocorrem na região dos Himalaias, na Ásia. Isso sugere que nesta época a região oeste de Pernambuco, inserindo-se a comunidade de Rajada, fez parte de uma grande cadeia de montanhas semelhantes à que existe hoje entre a China e o Tibete”.

A grande preocupação do município agora é preservar a área onde as rochas estão inseridas. Evidências de degradação ambiental já foram registradas. “Temos conhecimento de poluição, muito material sendo jogado no local e também de pessoas que estariam quebrando a rocha para obter pedras destinadas à construção de casas”, explica o diretor presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), Gleidson Castro.

Já foi assinado o decreto 35/2014, pelo poder público municipal, que dispõe justamente sobre a proteção de dos monumentos arqueológicos e pré-históricos do município. Fica proibido o aproveitamento econômico, destruição ou mutilação, para qualquer fim, das jazidas arqueológicas ou pré-históricas, antes de serem pesquisadas. O decreto também informa que qualquer denúncia de depredação do ambiente pode ser feita para os órgãos competentes, a exemplo do Ministério Público e Polícia Federal.

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