Minha mãe Adercina Carvalho, uma idosa de 86 anos residente na COHAB Massangano, comunidade assistida pelo Dr. José Ricardo, médico da Equipe de Saúde da Família, que sempre foi muitíssima bem assistida pela equipe, sobretudo pelo médico. Observando a necessidade de uma maior e melhor assistência específica, e que esta assistência não poderia ser ministrada em domicilio, sugeriu que a minha mãe fosse internada no Hospital de Urgência e Trauma no sentido de garantir melhorias no seu quadro de saúde apresentado nos últimos dias. Aceitando as proposições do médico, a paciente e a família decidiu pelo internamento que se deu aos 31de outubro do corrente ano.
· Internada em 31.10.11 e de acordo com o boletim médico minha mãe apresentava um quadro de Pneumonia, sendo transferida para UTI, para que pudesse ser mais bem assistida.
· Na UTI foi instalado o respirador e foram solicitados alguns exames e procedimentos, dentre eles uma Tomografia com contraste e dias depois a traqueostomia.
A minha total insatisfação é concernente ao descaso com uma paciente que necessita de cuidados específicos e que a família não tem como auxiliar, uma vez que, não é permitida a nossa permanência junto ao paciente, restringindo-se apenas nos horários de visitas, que por sinal é muito limitado.
· Com a transferência da minha mãe para UTI em 1º de novembro, foi solicitado por Dr. José Ricardo a Tomografia e até a presente data esse exame não foi realizado, fui até a Secretaria de Saúde solicitar a Dra. Fernanda e a mesma nos garantiu que esse exame iria ser realizado o mais breve possível.
· O que observamos naquele hospital, além do descaso e também transferência de responsabilidade e informações desencontradas e um mau atendimento por parte de alguns profissionais médicos, que não oferece as informações corretas e ainda nos trata mal quando percebem que não estão falando com pessoas leigas.
· Ao fazer-lhe uma visita na terça feira (15.11) as 11:30h, fui informada pela Médica do plantão a Dra. Eliana Márcia Vieira Rosa de que:
I. Para ser feita a traqueostomia é necessário a presença do cirurgião e hoje é feriado. Ele só será acionado em caso de urgência, e sua mãe não é um caso de urgência.
II. Quanto à tomografia há várias razões para que não tenha sido realizada: O SAMU não tinha um carro adequado por ela necessitar de respirador. Faz-se necessário que estejam disponíveis no mesmo horário os médicos do SAMU, TRAUMAS e CDI.
· No tocante a Traqueostomia, no domingo dia (13.11) deixei de assinar o termo de autorização para ser realizado o procedimento, porque fui informada de que a impressora estava dom problemas e não tinha como imprimir o formulário, teve que aguardar para o dia seguinte, que só pude autorizar ás 12:30h, e o procedimento se deu na quarta feira (16.11), isso porque estávamos solicitando todas as vezes nos horários de visita.
· Para nossa surpresa, fomos informados de que minha mãe estava com um curativo, por está no processo de formação de escaras. O que nos deixou bastante indignados, pelo fato de cumprir com todas as exigências do hospital, disponibilizando material de uso pessoal como: fraldas descartáveis, sabonete liquido, colônia, anticéptico bucal hidratante e óleo de girassol, que inclusive fomos orientados de que o óleo de girassol seria exatamente para prevenção de escaras. Sabemos que a formação de escaras se dá pela falta de massagem no local, entretanto, produto algum adianta se não for efetivamente usado.
Aqui deixo registrada a nossa indignação pelo descaso, principalmente com os pacientes em estado grave, que necessita de cuidados específicos e especializados e que a família coisa alguma pode fazer para contribuir com o bem está deles, uma vez que estão totalmente a mercê da equipe hospitalar e distante da família.
Quero dizer, que cuidamos da nossa mãe em domicílio, sem algum aparato hospitalar, mas com muito respeito, compreensão e amor, o que certamente falta nessa instituição, por ter um olhar apenas, para mais um paciente.
Seguramente, minha mãe será mais uma paciente somente!
Lutaremos para que não seja mais um óbito do Hospital de Urgências e Traumas.
Esta é a Saúde de qualidade, merecedora de prêmio de gestão?
Quem sabe seja mais um desses prêmios que se pagam para tê-los?
Certamente cuidar das pessoas não faz parte desta gestão.
Rita de Cássia Carvalho